Apesar dos atrasos e adiamentos para lançar a missão Artemis I, o voo não tripulado da cápsula Orion em direção à Lua, lançado no dia 16 de novembro, já esta está a fazer história e a bater recordes. A Orion fez a aproximação da Lua como previsto, chegando a cerca de 80 milhas (128,7 quilómetros) da sua superfície, estando a realizar as órbitas para se alinhar para o regresso à Terra, naquela que será uma viagem de cerca de 25 dias no total, estando prevista chegar no dia 11 de dezembro.
O certo é que a cápsula Orion da missão Artemis I bateu um recorde significativo, sendo o veículo desenhado para transporte de astronautas que mais longe se afastou da Terra, deixando para trás o marco da Apollo 13. Obviamente que a missão do dia 15 de abril de 1970 continua a ser aquela que mais longe levou humanos, já que a Orion não é tripulada, mas é o veículo projetado para transporte de astronautas que viajou mais longe.
A tripulação do Apollo 13 tem o registo no livro de recordes do Guinness por se ter afastado 158 milhas (254 quilómetros) da superfície lunar e cerca de 248.655 milhas (400.171 quilómetros) da Terra. Agora em comparação, a Orion alcançou a distância de 249.66 milhas (401.798 quilómetros) da Terra. São mais de mil quilómetros de diferença para o anterior recorde, registado este sábado, dia 26 de novembro.
Apesar do recorde estabelecido, a NASA não o tinha como objetivo inicial para a missão Artemis I. Isso aconteceu devido ao envio da cápsula para uma órbita retrógrada distante da Lua, de forma a fazer um teste extremo aos seus sistemas, explicou Jim Geffre, líder da integração da Orion da NASA. A gigantesca órbita da Lua, permitiu conquistar a grande altitude do satélite e dessa forma passar o registo da Apollo 13. “Mas o mais importante foi puxar pelos limites da exploração e enviar a cápsula mais longe do que tínhamos feito anteriormente”, referiu num painel de discussão no Twitter, citado pela CollectSpace.
De assinalar que a NASA não pretende ficar pela distância registada no sábado e espera hoje, dia 28 de novembro alcançar as 268.553 milhas (432.194 quilómetros) de distância da Terra, perto das 21 horas (hora de Lisboa). Desse ponto vai continuar a circular até metade da Lua até os seus motores disparem para deixar a órbita retrógrada para uma segunda aproximação ao satélite no dia 5 de dezembro, para o início de regresso à Terra.
Veja na galeria imagens da viagem da cápsula Orion
De recordar que a Apollo 13 não tinha planeado afastar-se tanto da Terra. Isso aconteceu devido às manobras de emergência para trazer a tripulação rapidamente para a Terra, depois de uma explosão ter destruído o módulo de serviço. A limitação do oxigénio na cabine dos astronautas obrigou à utilização da gravidade da Lua como catapulta para projetar a cápsula com segurança para a Terra.
O manequim a bordo da Orion e os seus sensores vão permitir medir a radiação e o esforço que os tripulantes da Artemis II vão encontrar durante o voo previsto para 2024. Uma missão que será apenas um “passeio” em torno da Lua antes do seu regresso à Terra. Apenas a missão Artemis III vai fazer história ao fazer regressar humanos à Lua.
O manequim a bordo da Orion recebeu o nome de “Manequim Comandante Campos” em homenagem a Arturo Campos, que durante a Apollo 13 escreveu os procedimentos de emergência que permitiram transferir a energia das baterias do módulo lunar para o módulo de comando, de forma a que a cápsula Odyssey tivesse energia suficiente para chegar à Terra. O filme Apollo 13 com Tom Hanks de 1995 conta a história desses mesmos momentos.
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