A Mojo Vision, uma startup norte-americana, está a desenvolver lentes de contacto inteligentes que um dia poderão permitir ter uma visão verdadeiramente mais tecnológica do mundo. Na edição de 2020 da CES, a empresa deu a conhecer ao mundo o seu mais recente protótipo. O Mojo Lens é uma lente com um pequeno ecrã MicroLED com um display de 14.000 PPI (pixel por polegada) no seu interior que, ao ser colocado apresenta ao utilizador informações em tempo real sobre a realidade que o rodeia.

Embora tenha sido oficialmente fundada em 2017, a Mojo Vision tem vindo desenvolver a sua tecnologia de “computação invisível” ao longo de 10 anos. A empresa ambiciona ter num futuro próximo lentes de contacto inteligentes verdadeiramente funcionais que consigam aceder a dados e disponibilizar informação ao utilizador, numa espécie de combinação entre smartwatch e óculos de realidade aumentada.

O Mojo Lens quer cumprir a promessa de base do Google Glass, mas eliminando todas as barreiras que a utilização dos óculos da gigante de Mountain View tinha. Além disso, a proposta da Mojo Vision quer reduzir aquilo a que chama a “dependência” dos ecrãs. Em vez de um utilizador ter que olhar para o seu smartphone de cada vez que vibra no seu bolso, este poderá simplesmente direcionar o seu olhar para um dos cantos para ativar uma interface que indicará se recebeu alguma notificação ou mensagem.

Mas não é tudo: a empresa afirma que as lentes inteligentes de realidade aumentada que está a desenvolver poderão também ajudar pessoas com deficiências visuais a ver melhor o mundo. O Mojo Lens poderá sinalizar obstáculos e aumentar o nível de detalhe e contraste daquilo que está a ser visto. A Mojo Vision está já a trabalhar com a Food and Drug Administration através do Breakthrough Device Designation, um programa que tem como objetivo melhorar o acesso dos pacientes que têm doenças graves e irreversíveis a dispositivos que poderão melhorar a sua qualidade de vida.

Para já, o Mojo Lens está ainda numa fase muito experimental, sendo que a empresa está a desenvolver formas para melhorar a tecnologia que está no seu interior, assim como a procurar soluções para o carregamento do dispositivo e para a integração com smartphones.