
Para os 30 finalistas da mais recente edição da iniciativa Astronauta por um Dia, que, pela primeira vez, rumou aos Açores, os últimos dias foram de preparação intensa e, este domingo, tiveram uma oportunidade única de flutuar em gravidade zero, num voo parabólico que, durante alguns minutos, permitiu recriar a sensação de estar no Espaço.
Não perca nenhuma notícia importante da atualidade de tecnologia e acompanhe tudo em tek.sapo.pt
Após o voo, num A320 operado pela francesa Novespace, que também contou com a participação do astronauta Andreas Mogensen da Agência Espacial Europeia (ESA), os jovens aterraram no aeroporto de Santa Maria e seguiram para a sede da Agência Espacial Portuguesa na ilha açoreana, onde os pais aguardavam ansiosamente pelo regresso dos seus filhos.
À chegada, os novos astronautas por um dia foram recebidos com palmas, numa mistura entre entusiasmo e algum alívio, e, claro, com muitos abraços calorosos e com os jovens a partilharem logo as suas experiências com os pais.
Clique nas imagens para ver com mais detalhe
Mas como é a sensação de flutuar em gravidade zero como um astronauta? Vários dos jovens com quem o TEK Notícias falou descrevem a experiência como uma oportunidade única. “É realmente algo que nós queremos que dure para sempre”, conta Leonor Santos. “É uma sensação totalmente diferente e parece que não sentimos o peso do nosso corpo”.
Para muitos, ao chegar lá acima, os nervos transformaram-se em gritos de surpresa e entusiasmo, com várias gargalhadas pelo meio e, na primeira entrada em gravidade zero, houve até quem fosse parar ao teto. “Da primeira vez parecia que tinha uma super-força”, recorda António Ferronha. “Não era o chão que me puxava para cima: era o chão que me empurrava e eu ficava parado”
Clique nas imagens para ver com mais detalhe
“Quando a gravidade zero começava, nós pensávamos que estávamos no chão, mas afinal já estávamos no tecto”, afirma Julia Barros. “Estávamos numa parte do avião, mas sentíamos como se estivéssemos noutra”.
Entre manobras acrobáticas, cabelos no ar, algumas experiências para demonstrar os efeitos da falta de gravidade e os habituais enjoos de quem faz um voo parabólico pela primeira vez, os instrutores de voo estavam sempre por perto a orientar os jovens e a assegurar, por exemplo, que aterraram com os pés no chão para evitar quedas complicadas.
Recorde-se que, nestes voos parabólicos, o avião sobe até cerca de seis mil metros de altitude antes de iniciar uma série de manobras de ascensão e queda, ou parábolas.
Ao longo destas manobras são recriados diferentes ambientes de gravidade. Na primeira fase, os passageiros sentem os efeitos da gravidade como se estivessem em Marte e, na segunda, na Lua. Já na terceira fase é possível experimentar uma sensação de gravidade zero, em ciclos de cerca de 20 segundos.
Nos voos, com uma duração típica a rondar duas horas, são realizadas 15 parábolas, com os jovens a experimentarem entre cinco a seis minutos de gravidade zero.
Novos laços para a vida e a ambição de chegar ao Espaço
Da experiência ficam não só as memórias de flutuar em gravidade zero como um astronauta. Ao longo dos últimos três dias, o grupo de jovens vindos de diferentes partes do país também criou novos laços e amizades. Como conta Lua Heijmen, “as pessoas com quem fizemos [a experiência] são, afinal, os nossos melhores amigos”. “Depois de três dias quase que nos conhecemos melhor do que algumas pessoas da nossa família”.
Mais do que isso, fica também bem presente o despertar de novas ambições espaciais. Para alguns, a experiência confirmou objetivos que já tinham em mente para, no futuro, seguirem carreira no sector espacial e, para outros, como Bruno Esteves, o sonho vai mais longe. “Quero ser o primeiro astronauta português: é um sonho que eu tenho”, realça.
Já Pedro Oliveira, admite que esta oportunidade mudou a sua perspetiva. O jovem, que é o único do grupo na área das Humanidades, sente que a experiência lhe abriu novos horizontes. “Vim assim um bocadinho à descoberta. Mudou muito a minha visão na área toda e também mudou a minha perspetiva de carreira para ter um plano B muito mais ambicioso do que o meu plano A”, afirma o jovem.
Para esta quarta edição da iniciativa Astronauta por um Dia, a Agência Espacial Portuguesa recebeu mais de 500 candidaturas, registando, pela primeira vez, uma maioria feminina. No grupo de 30 finalistas selecionados voltou a existir um equilíbrio entre géneros, com 15 rapazes e 15 raparigas.
Dos 30 finalistas que chegaram à última fase, 18 estão no ensino secundário e 12 ainda estão no ensino básico. Segundo a agência, Coimbra e Lisboa foram os distritos com maior representatividade no conjunto de finalistas. As regiões autónomas também estavam representadas, com dois finalistas da Madeira e um dos Açores.
A edição de 2025 da iniciativa contou com o apoio do Governo dos Açores, assim como das Forças Armadas Portuguesas, Ciência Viva, da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto e da Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa.
Pergunta do Dia
Em destaque
-
Multimédia
Robots, carros ultra-compactos e IA em tudo: Os melhores (e mais estranhos) gadgets da IFA 2025 -
App do dia
Call of Dragons incentiva a capturar criaturas selvagens e a treiná-las para adicioná-las ao exército -
Site do dia
Desenhe um GIF animado personalizado “frame a frame” -
How to TEK
Microsoft corta acesso às passwords no Authenticator em agosto. Veja como exportar os seus dados
Comentários