Foi há 10 anos que a Apple apresentou aquele que definiu como um "dispositivo revolucionário para navegar na Internet" e que, desde 2019, já tem direito ao seu próprio sistema operativo (SO). No entanto, a verdade é que o iPad já não é um equipamento que contribui da mesma forma para as receitas da gigante tecnológica, numa altura em que o mercado dos wearables está em forte crescimento. Ainda assim, desde o seu lançamento que o modelo ganhou três novas "familiares".
A 27 de janeiro de 2010 que a empresa da maçã apresentou o primeiro iPad, com 1,27 centímetros de largura e com um peso de 680 gramas, "mais fino e leve do que qualquer outro laptop ou netbook". Os elogios surgiram também por parte do então CEO da gigante tecnológica, Steve Jobs, nomeadamente em relação ao seu valor, começando nos 499 dólares. Em termos de comparação, a 7ª geração do iPad apresentada em setembro de 2019, integra um ecrã de 10,2 polegadas e pesa 1 kg.
“O iPad é a nossa mais avançada tecnologia num dispositivo mágico e revolucionário a um preço inacreditável”, garantia Steve Jobs, CEO da Apple
Na altura, o entusiasmo dos utilizadores foi evidente, com o modelo a chegar às lojas em abril de 2010. Depois de o The Wall Street Journal ter avançado que, na primeira semana de encomendas, a Apple vendeu milhares de iPads, a imprensa internacional garantia também que o stock de tablets reservado às pré-vendas esgotou, levando ao adiantamento de algumas entregas.
Um ano depois, e para ajudar os utilizadores a desenhar e a escrever no iPad, a Wacom lançou uma caneta "especial", por 29,90 euros, dispensando assim o toque dos dedos para tarefas mais complexas. Só em 2015 é que a Apple lançava a Apple Pencil.
Em 2012 o sucessor da primeira versão do iPad era confirmado pela Apple, que garantia que em três dias vendeu três milhões de unidades. O sucesso do iPad refletiu-se também no lançamento do iPad mini, que, ainda assim, deixou de ser comercializado em 2015. No entanto, surgiram outras versões atualizadas do modelo.
Passados 10 anos são já vários os vários modelos que constituem a gama de iPad da Apple: iPad, iPad mini, iPad Air e o iPad Pro. No evento onde apresentou os seus trunfos de 2019, a Apple deu ainda a conhecer uma outra novidade, para além da 7ª geração do iPad: um novo SO para algum dos modelos designado por iPadOS.
Com este Sistema operativo, os utilizadores de iPads passaram a contar com acessos mais rápidos às aplicações, que passam também a ser mais, como também um novo nível de multitasking. Trabalhar entre vários projetos ao mesmo tempo de uma forma organizada e dividida ao longo do ecrã é outras das ofertas disponibilizadas no iPadOS. Destaque também para um update no teclado que passou a estar pela primeira vez disponível em full-size e novas funcionalidades da Apple Pencil, que passa a permitir, por exemplo, fazer printscreens.
Quanto a vendas, 2015 marcou o ano mais negativo para a Apple, sendo a primeira vez desde 2011 que a empresa da maçã não vendia tão poucos iPad, 9,9 milhões de unidades. E, apesar de já não ser tão popular como na fase inicial, a verdade é que, de acordo com os dados disponibilizados da Apple dos dois últimos trimestres, o modelo tem registado crescimento nas vendas.
Em 2012, por exemplo, as receitas do iPad representavam 26,2% do total da empresa, enquanto que em 2019 não chegaram a ultrapassar os 11%. Resta aguardar pela divulgação do próximo relatório de contas da empresa.
Mas a menor popularidade do iPad pode não ser algo muito estranho, tendo em que conta que, de acordo com a IDC, a queda do mercado de tablets tem sido uma tendência já há alguns anos. Ainda assim, de acordo com dados preliminares, a consultora acredita que no terceiro trimestre de 2019 a distribuição de tablets aumentou 1,9% relativamente ao mesmo período do ano anterior, chegando aos 37,6 milhões a nível global. E é precisamente a Apple quem lidera na distribuição, com 11,8 milhões de iPads colocados no mercado no terceiro trimestre de 2019.
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