São organizados diversos eventos de gaming ao longo do ano, em diferentes cidades do país, mas o InGaming, que se vai realizar em Valongo, pretende ser diferente. O objetivo é promover a inclusão e procurar desmistificar as conotações por vezes associadas ao gaming. O evento começa no dia 13 de março, mas trata-se de um projeto a longo prazo, neste caso com uma duração de seis meses, com inscrições de entrada gratuitas.
A organização está por conta do CDI Portugal, em parceria com a Câmara Municipal de Valongo e a equipa de eSports FTW. O objetivo é tornar a prática de gaming acessível e saudável aos jovens de Valongo, quer sejam “gamers” ou não, ao mesmo tempo que se potencia o desenvolvimento de competências importantes para os percursos de vida de cada um. Fomentar o trabalho em equipa, a criatividade, a inteligência emocional, a resolução de problemas e claro, desenvolver os “skills” em jogos como League of Legends e FIFA. O evento é sobretudo direcionado a jovens dos 15 aos 25 anos, que vão poder receber treinos semanais em equipa com especialistas, assistir a masterclasses e participar em competições.
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Em entrevista ao SAPO TEK, João Baracho, Diretor-Executivo do CDI Portugal, salientou que o gaming é hoje em dia uma das atividades de lazer que traz mais competências para lidar com os desafios do futuro. “Porém, quando mal adotado, pode levar a comportamentos aditivos, sendo criada uma imagem negativa por parte da comunidade”. Um estigma que diz também ser suportado pelo crescente número de jovens dependentes dos jogos virtuais, isolando-se do mundo que os rodeia “com consequências drásticas, como o abandono dos estudos ou do emprego, entre outros”.
Reforça que existem vários estudos que consideram os videojogos como ferramentas de desenvolvimento intelectual e linguístico, ao mesmo tempo que são um entretenimento interativo e estimulante para as crianças e jovens.
É nesse sentido que surge o projeto que a organização chamou de InGaming (Inclusive Gaming), mas pretende ir além disso. O objetivo é mesmo utilizar os videojogos como uma oportunidade para os jovens aprenderem novas competências e para seu desenvolvimento pessoal e profissional. E por isso, João Baracho salienta que o evento é para jovens que não estudam, não trabalham e nem seguem uma formação. “É uma oportunidade para se diferenciarem e encontrarem atividades que gostam e que os desafiem. Por outro lado, e para os que já o praticam, sugerimos a sua prática saudável e disciplinada de uma atividade que pode vir a ser uma carreira de sucesso”. Para o CDI Portugal, o gaming é mais um meio de capacitação e inclusão social e digital, “desmistificando preconceitos e motivando novas atitudes e oportunidades de vida”.
Durante os seis meses que dura o projeto em Valongo, os jovens vão ter acompanhamento especializado e individual, integrados num grupo de pares onde se poderá criar laços e trocas de experiências. Vão ter ainda a oportunidade de assistir a sessões sobre temáticas do seu interesse, que os induzam a assumir hábitos saudáveis e a abertura de perspetivas para o futuro. No evento vão ainda ser formadas equipas que terão de a oportunidade de competir a nível local, nacional ou internacional, em diferentes níveis de dificuldade.
Em concreto, o InGaming oferece treinos, masterclasses, workshops, encontros e campeonatos, que ajudem a enquadrar devidamente os jovens, e a valorizar a sua participação. Além disso, os jovens vão ter a oportunidade de contactar com jogadores profissionais experientes e conhecidos no mundo das competições da equipa FTW.
João Baracho afirma que os projetos do CDI Portugal são sempre realizados com parceiros conhecedores da área que pretende abordar. Neste caso, para um projeto de gaming teria de ter como parceira uma equipa profissional, neste caso a FTW, uma das melhores organizações portuguesas que diz ter aceite o desafio. A parceria inclui a presença de treinadores e jogadores de elevado nível, assim como o próprio desenho do projeto.
Por outro lado, reforça que as parcerias vão mais além, incluindo o Departamento de Psicologia da Universidade do Porto, que vai ajudar à implementação do projeto. E do lado académico, conta com o IADE, que tem cadeiras de licenciatura de gaming e diversos mestrados relacionados, disponibilizando a participação dos seus professores em diversas partes do projeto. Para a operacionalização do projeto, tal como o espaço e equipamentos entra a Câmara Municipal de Valongo, a qual está também envolvida institucionalmente.
Sobre outros planos existentes para promover a inclusão, João Baracho diz que os Centros de Cidadania Digital são laboratórios de inovação social, com a criação contínua de projetos adequados às necessidades da comunidade envolvente. O objetivo é sempre comum: resolver ou minimizar os problemas sociais mais relevantes. “Todos os projetos são experiências com potencial de falhar ou ter sucesso e, neste caso, preocupamo-nos em desenvolver e consolidar o seu formato de forma a poderem ser replicados ou adotados por outras entidades”. E nesse sentido, o CDI Portugal vai continuar a criar este tipo de projetos de inclusão social e digital, de indivíduos que, por diversos motivos são excluídos ou marginalizados.
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