O G7 é um sinal claro de que a LG ainda tem uma palavra a dizer na disputa dos smartphones mais poderosos do mercado e observando a lista de equipamentos que se destacaram em julho pelo benchmark Antutu, o ThinQ esteve confortavelmente no seu Top 10. Mas nem só de hardware vive um G7 – as funcionalidades e design são aspectos essenciais na escolha, mas acima de tudo, é o preço que faz abrir as carteiras dos utilizadores.
E o flagship da LG consegue dar uma “dentada” em todos estes aspetos. Começando pelo custo do equipamento, deverá encontrá-lo nas lojas por uma média 650 euros pelo modelo de entrada, um valor mais em conta que os modelos de topo dos seus principais concorrentes.
O primeiro aspecto a realçar é o seu design, composto por linhas simples, mas muito atraentes. Tem cantos arrendados e um ecrã “infinito” graças ao sistema de notch, que neste smartphone se apresenta muito subtil, albergando câmara frontal e um pequeno altifalante. Consciente que nem todos os utilizadores apreciam o “corte” no ecrã devido ao notch é possível configurar o ecrã para colocar uma barra preta, assim como os seus cantos arredondados.
A traseira do chassis em tom verde mar dá-lhe um toque de requinte, mas infelizmente salienta as dedadas quando é utilizado com dedos mais transpirados. O smartphone tem um ar frágil, e ainda que não se arrisque deixar cair, a LG garante que a sua construção tem um design de qualidade militar, ou pelo menos recebeu a certificação IPX para resistir à água e ao pó. Em todo o caso, o smartphone está protegido com Gorilla Glass 5.
Há um aspecto a realçar neste G7 que diz respeito à sensação háptica de manuseamento. Muitos equipamentos utilizam a vibração para realçar diversas funcionalidades, como aberturas de aplicações, mas o equipamento da LG é subtil e atua quando necessário. Sentem-se pequenos movimentos vibratórios quando se desliza o dedo na navegação das notificações ou nas definições da câmara que são agradáveis ao toque e tornam o manuseamento do telemóvel mais intuitivo.
Multimédia de grande qualidade
O smartphone, que é leve (cerca de 160 gramas) e fino, apresenta um ecrã QHD de 6,1 polegadas, oferecendo uma qualidade de imagem limpa e colorida. A iluminação de 1.000 nits permite utilizá-lo com facilidade em locais com sol intenso, adaptando-se automaticamente ao ambiente. Mantendo a tendência dos ecrãs panorâmicos, o display tem uma resolução de 1440x3120, oferecendo conteúdos multimédia com qualidade. A moldura minimalista permite-lhe ganhar mais área de visualização mantendo o dispositivo com um tamanho estreito. Para ter uma ideia, com apenas uma mão, o polegar consegue percorrer toda a área do ecrã, apesar das suas dimensões generosas.
Quanto à configuração de botões, o bloqueio encontra-se do lado direito, com o volume a figurar do lado esquerdo, acompanhado de uma tecla extra para o Google Assistant. Na parte de baixo irá encontrar o jack para auscultadores, a entrada de alimentação (suportada por ligação USB-C) e um trio de pequenas colunas que lhe dão uma capacidade sonora exemplar. O topo ficou reservado ao compartimento de cartões (microSD e o SIM). Na parte traseira estão as câmaras e o sensor biométrico de impressões digitais.
A configuração das colunas torna-o ideal para ouvir música, oferecendo um bom volume, sem criar distorção. Isto porque o altifalante localizado perto da câmara frontal destaca os tons mais agudos, enquanto que na base, os três “orifícios” trabalham o som mais potente e os graves. Com o som no máximo, tentando “abafar” as colunas inferiores com o dedo, ainda é possível ouvir perfeitamente o som debitado pelo equipamento. A fabricante chama-lhe Boombox Speaker e utiliza o espaço interno do equipamento como câmara de ressonância para aumentar os graves.
Ainda relativamente ao som, o smartphone assenta na tecnologia surround 3D DTS, simulando os sistemas 7.1 na palma da mão. O equipamento tem um software de configuração do som que permite aos puristas mexer no equalizador, ou se não tiver experiência, optar pelas pré-configurações, tais como rock, hip pop, música clássica, e outros, conforme o que estiver a ouvir. Tem ainda uma opção para normalizar o som em todos os conteúdos multimédia, para que não se assuste quando liga a música de diferentes fontes. O equipamento oferece diversas outras opções de calibragem de som, tais como o equilíbrio dos decibéis da esquerda e direita, e outros que requerem a ligação de um dispositivo áudio externo. Sem dúvida que este LG G7 é um smartphone muito focado nos audiófilos.
Já os auscultadores que acompanham o equipamento deixam um pouco a desejar, pelo som demasiado agudo, não se percebendo, por exemplo, os baixos de uma banda rock a tocar. Embora tenha havido uma preocupação com o revestimento dos materiais em corda, os auriculares são de penetração no ouvido, o que pode incomodar alguns utilizadores.
Interior com potência
Sendo um smartphone de topo, no seu interior conte com um processador Snapdragon 845 da Qualcomm, um GPU Adreno 630 e 4 GB de RAM. Com este hardware irá correr qualquer aplicação no mercado, entre os jogos mais exigentes como o Playerunknow’s Battlegrounds e o recente Fortnite com as configurações no máximo.
Não é de estranhar que o benchmark Antutu lhe tenha atribuído 253.821 pontos, remetendo-o para décimo lugar dos smartphones mais poderosos do mercado em julho. No GPU obteve 105.922 pontos e na memória fica-se pelos 8.499 tendo em conta outros equipamentos com configurações de 6 GB de RAM. Tem ainda 64 GB de armazenamento interno, que pode ser expandido até 2 TB através do cartão de memória.
O smartphone tem uma bateria de 3.000 mAh, o que permite uma autonomia simpática para um dia de utilização, caso não se abuse da utilização da câmara fotográfica e aplicações. No entanto, o sistema de fast charge coloca-o novamente em forma em menos de uma hora.
As câmaras fotográficas são argumentos que tornam o sistema verdadeiramente apetecível. A traseira é composta por dois sensores de 16 MP, com um diafragma de f/1,6 e f/1,9, formando uma grande angular de 109º. A câmara frontal é de 8 MP com f/1,9 de abertura e uma grande angular de 80º. Em termos práticos a qualidade das fotografias é muito boa, com imagens nítidas e tons de cor definidos.
Mesmo nos locais mais interiores e com menor iluminação o smartphone não teve problemas em capturar bons momentos, mas ainda achamos que poderia ser melhor. Para tentar melhorar a performance nos interiores, a LG introduziu o modo “Super Bright Camera” em que a câmara mistura o resultado de múltiplos pixéis, diminuindo o detalhe das fotografias para aumentar a sensibilidade de exposição. Neste campo, o Huawei P20 Pro continua a ser líder, mas claro, também é um equipamento mais caro.
Fazendo justiça ao seu nome, o ThinQ apresenta tecnologia de inteligência artificial para melhorar a qualidade das fotografias, seguindo a tendência de outros smartphones de topo do mercado. Os objetos e as cenas são identificados pela IA, que ajusta as definições automaticamente para obter melhores resultados. O sistema consegue identificar algumas das temáticas mais utilizadas nas fotografias, e por exemplo, ao apontar a câmara a um bebé ou animal, a IA compara a outras imagens semelhantes e tenta melhorá-la, sugerindo mexer na sua saturação ou exposição, por exemplo.
Obviamente que a câmara apresenta dezenas de opções que poderá encontrar num equipamento profissional, desde a possibilidade de gravar em RAW, a definição do ISO, ligar o estabilizador de imagem, e até, no caso das selfies, tirar fotos em grupo.
Relativamente ao vídeo, o equipamento permite gravar a 4K a 30 frames por segundo. Mesmo a 1080p, a 60 fps, a qualidade de imagem é bastante boa, sobretudo ao utilizar o estabilizador que elimina os movimentos bruscos e o tremer constante quando se grava sem tripé. Poderá ainda fazer gravações em slow-motion, com uma resolução de 720p a 240 fps.
O LG G7 ThinQ é um equipamento assente na tecnologia de inteligência artificial do fabricante, completamente compatível com outros sistemas. Nesse sentido, não só utiliza de raiz o Google Assistant, como atribui ao dispositivo um botão dedicado (como referido anteriormente), sendo um dos primeiros smartphones a inclui-lo fisicamente. A Samsung, por exemplo, tem o seu sistema Bixby com um botão dedicado. A utilização do sistema da Google é um compromisso na conectividade e ligação a outros sistemas de inteligência artificial, tal como a LG deixou claro durante a sua keynote na IFA 2018, e que será expansível a televisores e outros produtos IoT.
De um modo geral, o LG G7 é um equipamento esteticamente atraente, mas com um aspecto frágil. Em termos de desempenho é um topo de gama equipado com o hardware de topo da atualidade, executando todas as aplicações e jogos mais exigentes sem problemas. Seja para ver filmes ou ouvir concertos, este smartphone oferece uma experiência envolvente ao utilizador. As câmaras fotográficas são igualmente de qualidade, sobretudo se deseja fazer gravações em vídeo, graças ao seu estabilizador de imagem. A tudo isto some-se o seu preço, tornando-se um smartphone topo de gama mais barato que outros dispositivos do mesmo segmento. É pena que a inteligência artificial, funcionalidade que batiza o equipamento, não seja a sua característica mais relevante.
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