
Por Hugo Sousa (*)
Durante anos, habituámo-nos à ideia de que desenvolver soluções digitais dentro das empresas era sinónimo de grandes projetos, longos ciclos de aprovação, dependência das equipas de IT e, muitas vezes, frustração. A promessa da transformação digital raramente se materializou com a rapidez que os negócios exigem.
Mas algo está a mudar, e está a mudar depressa. Chama-se Vibe Coding: uma abordagem prática que combina inteligência artificial, ferramentas no-code/low-code e equipas multidisciplinares, informais mas profissionais, para passar da ideia à solução funcional em poucos dias. É simples, acessível e profundamente transformador.
O que é o Vibe Coding?
Vibe Coding não é uma linguagem de programação, nem uma metodologia formal. É uma forma de trabalhar onde a prioridade é clara: resolver problemas reais com rapidez, foco e criatividade, aproveitando ao máximo o que as novas tecnologias permitem hoje.
Em vez de iniciar um projeto que leva seis meses a entregar, uma equipa pode construir um protótipo funcional, ou solução, em 48 horas, usando ferramentas assistidas por IA, plataformas no-code como Cursor, N8N, Glide, Softr ou Make, e uma mentalidade de execução rápida, com iteração contínua.
O que muda para as empresas?
Muda tudo. Porque deixa de ser necessário esperar por capacidade técnica para experimentar soluções, testar uma ideia ou automatizar um processo interno. Equipas de marketing, finanças ou recursos humanos ganham autonomia para criar, com segurança, sem depender totalmente de developers (programadores de software).
Este modelo não substitui os departamentos de IT. Liberta-os. Reduz a pressão, elimina o backlog interminável e transforma os utilizadores em solucionadores.
E funciona mesmo? Sim. O conceito foi inspirado na minha experiência com o movimento www.WeHelpUkraine.org, onde, em plena crise humanitária, conseguimos lançar uma plataforma digital de apoio a refugiados e um contact center funcional em menos de 7 dias, com zero linhas de código. Hoje bastariam 7 horas.
Foi essa capacidade de execução que me levou a fundar a Mars Shot - Redefining Limits, a primeira empresa portuguesa dedicada ao Vibe Coding. E em poucos meses, já temos provas no terreno:
- Clientes nas áreas da saúde, retalho, indústria e educação
- A primeira Academia de Vibe Coding esgotada em menos de uma semana e que conta com clientes como a Critical Techworks (BMW Group) e a Fintech House.
Resultados concretos: soluções lançadas em dias, com custos e tempo reduzidos em mais de 70%
Porque é que os gestores devem prestar atenção?
Porque o Vibe Coding resolve três dos maiores bloqueios das organizações:
- Demora na execução
- Falta de autonomia nas equipas de negócio
- Elevado custo e complexidade técnica para inovar
E fá-lo com uma abordagem que não exige "grandes investimentos" iniciais nem equipas gigantes. Exige, sim, liderança com visão e abertura para trabalhar de forma diferente.
A inteligência artificial não é só uma tendência, é uma ferramenta concreta. O no-code não é só para startups, é produtividade para todos.
O Vibe Coding é o elo entre o negócio e a capacidade de fazer acontecer.
(*) fundador da Mars Shot - Redefining Limits
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