A Digi entrou há um ano no mercado português e o Portal da Queixa aproveita a data para fazer um balanço da atividade em Portugal, do ponto de vista da satisfação dos consumidores e detalhando os principais motivos de insatisfação.

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No último ano, a empresa foi a mais pesquisada do sector, na plataforma, e foi responsável por quase 75% das reclamações no segmento, contribuindo para um aumento superior a 1.700% nas queixas relacionadas com serviços de telecomunicações. A análise da plataforma mostra que, desde que entrou em Portugal, a Digi deu o mote para 2.860 reclamações no Portal.

Os mesmos dados mostram que o período em que a operadora motivou mais reclamações foi entre janeiro e abril de 2025, altura em que decorreu a integração da carteira de clientes da Nowo. Só em fevereiro o site recebeu 424 reclamações e em abril 585. A maioria das queixas estavam relacionadas com problemas na portabilidade de números de telefone, falhas no serviço e interrupções no processo de migração.

Dados da Anacom relativos ao segundo trimestre, mostram que a operadora continuou a ter um forte impacto no nível de reclamações do sector nesse período, também nas queixas que chegam ao regulador.

As reclamações recebidas entre abril e junho cresceram 7%, face ao mesmo período do ano passado, para um total de 25,9 mil reclamações escritas. As comunicações eletrónicas estiveram em destaque, motivando 17,1 mil reclamações, com o regulador a destacar que a entrada da Digi no mercado nacional deu um contributo importante para este aumento, sendo responsável por 1,3 mil destas reclamações.

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Nos números apurados para este período também se destacou que as reclamações contra a Nowo (grupo Digi) aumentaram 131%, para um total de 800 reclamações, ou 5% do total.

Mais em detalhe, e voltando ao último ano, o Portal da Queixa partilhou que 70% das queixas recebidas desde que a Digi entrou em Portugal referem-se a problemas de rede e qualidade do serviço. As reclamações por falhas no atendimento ao cliente representam 12,8% e as questões de cobrança motivaram 13% das reclamações.

Apesar dos desafios, a Digi mantém um Índice de Satisfação mediano, entre 53,1 e 64,1 pontos (em 100), indicador que atesta a resiliência da marca num cenário de elevado volume de reclamações”, conclui também a análise da plataforma.

Os dados compilados mostram ainda que as reclamações da operadora acolhidas pelo Portal da Queixa ao longo do último ano vieram principalmente de homens (72,55%) e de utilizadores com idades entre 35 e 54 anos (55,25%). Os queixosos são na maioria residentes em áreas urbanas, com destaque para Lisboa, Porto e Setúbal (59,44%), “economicamente ativos e com baixa tolerância a falhas que impactem o trabalho e a conectividade”.

Receitas e clientes: onde chega a Digi?

Dados da Anacom também permitem concluir que, na primeira metade deste ano, o grupo Digi/Nowo já servia 2,8% dos clientes de serviços em pacote em Portugal, o modelo mais representativo no consumo de serviços de telecomunicações. Em termos de receitas, a empresa conseguiu captar 1,5% da faturação relativa ao mesmo tipo de serviços, entre Janeiro e junho.

Noutra análise, a Anacom concluiu que em setembro a Digi continuava a ser o operador com propostas mais baratas, conseguindo oferecer o melhor preço em nove das 11 ofertas analisadas, ao longo do primeiro e conturbado ano de operação em Portugal.

O primeiro ano da Digi foi um teste de stress operacional que expôs fragilidades na rede e no suporte, mas também confirmou a força e cumprimento da sua proposta de valor (preço competitivo e ausência de fidelização)”, refere Pedro Lourenço, fundador do Portal da Queixa.

“Para o segundo ano, parece-me que o desafio é claro: melhorar a estabilidade da rede e transformar o apoio ao cliente num canal eficaz de resolução”, acrescenta o mesmo responsável, apontando para as conclusões da análise da plataforma.

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