A intervenção de Tye Brady, Chief Technologist da Amazon Robotics, no palco do principal do Web Summit 2025, solidificou a visão da gigante do retalho sobre o futuro da logística global, posicionando a Inteligência Artificial (IA) e a robótica como a derradeira ferramenta de aumento do potencial humano.

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O discurso, intitulado "A interseção de IA e Robótica", destacou que a razão pela qual a Amazon é um dos maiores investidores mundiais na área está relacionada com a complexidade inerente às suas operações, que exigem uma inovação contínua que assegure a eficiência e, mais crucialmente, a segurança dos seus funcionários.

A apresentação de Brady teve como foco três pilares essenciais, a inovação em robótica e IA, o foco nas pessoas e no trabalho, e o percurso da inovação, mas ao contrário do que alguns críticos anunciam, a Amazon não pretende transformar os seus armazéns em algo totalmente automatizado ("lights-out"), defendendo que a tecnologia de IA juntamente com a robótica avançada não devem substituir, mas sim de "extender o potencial humano."

Web Summit 2025 - Day Three
Web Summit 2025 - Day Three créditos: ©SPORTSFILE

Para Brady, as pessoas oferecem a capacidade de perceção, compreensão e colaboração que a automação total ainda não consegue replicar, razão pelo qual os sistemas de nova geração estão focados em eliminar as tarefas "monótonas, enfadonhas e repetitivas", permitindo que os operadores se concentrem em trabalhos de maior valor e maior segurança.

Durante a apresentação foram destacadas três inovações cruciais, o robot Vulcan, a plataforma Blu Jay e o Project Eluna. O Vulcan foi introduzido como o primeiro braço robótico com um verdadeiro "sentido de toque", dotado de perceção e destreza aprimoradas para manipular itens com a delicadeza de uma mão humana. Graças ao conjunto de sensores utilizados, este consegue "sentir o mundo" à sua volta, usando o tacto para percorrer prateleiras, identificar produtos e escolher os artigos certos nos centros de distribuição da Amazon.

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Seguiu-se o Blue Jay, um sistema de nova geração focado na manipulação, desenvolvido para atuar como um "par de mãos extra" que utiliza um conjunto de braços robóticos que funcionam em perfeita sintonia, conseguindo desta forma consolidar três estações de trabalho numa única área otimizada, tal como numa linha de montagem de uma fábrica.

Esta solução permite processar três passos vitais numa cadeia logística, ("pick", "sorting" e "consolidate") num espaço que anteriormente seria ocupado por várias máquinas, permitindo desta forma eliminar as tarefas mais repetitivas. No armazém da Carolina do Sul, onde foram realizados os testes iniciais, este sistema já consegue lidar com 75% de todas as intervenções relacionadas com inventário.

Por fim, o Project Eluna representa a face da IA Agentica nos centros de distribuição. Esta tecnologia preditiva utiliza não só dados proveniente das milhares de operações já realizadas, o histórico, como dados em tempo real para prever estrangulamentos operacionais e otimizar processos sem a necessidade de intervenção humana constante. Para Brady, com a integração do Project Eluna nas operações, foi como se a Amazon abandonasse mapas em papel, e passassem a usar navegação por satélite, oferecendo assim aos operadores uma maior previsibilidade, dispensando ao mesmo tempo de dashboards desnecessários para monitorizar.

Atualmente, a Amazon já conta com mais de um milhão de robots implantados nos processos da empresa, o que se tem traduzido numa maior eficiência, custos mais baixos e, fundamentalmente, na redução da velocidade de entrega. Apesar do forte investimento em tecnologia e robótica, a Amazon acredita ainda no potencial humano. Por essa razão, este natal serão contratados mais 250.000 funcionários para ajudar no esperado crescimento de encomendas da época festiva, e muitos funcionários estão a ser convidados a aproveitarem oportunidades internas para fazerem um upscaling das suas capacidades, para crescerem dentro da empresa.

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