Durante o encontro semanal com funcionários da OpenAI, onde estes têm liberdade para fazer perguntas diretas ao CEO, Sam Altman explicou que sua estrutura corporativa complexa e sem fins lucrativos vai mudar no próximo ano. A notícia, avançada pela Fortune, teve como base o relato de duas pessoas familiares com a mudança.

Durante o meeting, Sam Altman admitiu que a empresa superou efetivamente a sua estrutura complicada, em que um braço não lucrativo está no controlo de um braço lucrativo, que por sua vez tem o controlo de uma holding e esta controla outra entidade com fins lucrativos. É esta última parte que tem recebido os investidores externos, como é o caso da Microsoft. Apesar de admitir que a estrutura da OpenAI é pouco usual, Sam Altman diz que é intencional, já que a IA é uma tecnologia igualmente pouco usual.

Não existem detalhes sobre os planos em concreto, mas afirma que a empresa vai afastar-se de ser controlada por um braço não lucrativo, tornando-se uma organização mais tradicional. Mesmo com a mudança, a empresa pretende manter-se focada em construir inteligência artificial que beneficie todos e que a vertente não lucrativa continua a ser um pilar da sua missão e que vai continuar a existir.

Este posicionamento da OpenAI alinha-se com a acusação de Elon Musk, que tem vindo a processar a empresa e os seus dois fundadores. Para o bilionário, a empresa colocou os lucros e interesses comerciais à frente do bem da humanidade. No processo apresentado, a acusação diz que Sam Altman e Greg Brockman “manipularam assiduamente Elon Musk para que cofundasse a sua empresa alegadamente sem fins lucrativos”, ao prometer que a OpenAI seria mais segura e mais transparente do que as alternativas comerciais. E esta não foi a única ação submetida pelo dono da rede social X.

Estima-se que a OpenAI esteja em processo de levantar novos fundos, para uma avaliação acima dos 100 mil milhões de dólares, o que ofusca cada vez mais a sua estrutura sem fins lucrativos. A nova ronda de investimento pode atrair colossos como a Apple e a Nvidia. No caso da marca da maçã, Tim Cook estará em conversações para investir na OpenAI, procurando cimentar as ligações de integrar a IA nos seus equipamentos.