Há uma nova “reviravolta” no caso do TikTok nos Estados Unidos. O terceiro prazo-limite para encontrar uma solução que evitasse o fim da rede social no país estava já a chegar ao fim e, depois de admitir a possibilidade de um novo adiamento, a Administração Trump mudou o tom do seu discurso, indicando que o executivo estava pronto para cumprir a lei se não fosse possível fechar um acordo.

Agora, representantes dos Estados Unidos e da China chegaram a um acordo para transferir o TikTok para um dono norte-americano. Como avança a Reuters, o acordo será confirmado esta sexta-feira, após uma chamada entre Donald Trump e Xi Jinping.

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Os representantes dos governos dos dois países estão reunidos em Madrid, num conjunto de reuniões sobre questões como tarifas comerciais, mas também sobre o TikTok.

Em declarações à imprensa após a reunião, Scott Bessent, secretário do Tesouro dos Estados Unidos, afirmou que o prazo-limite estabelecido para 17 de setembro, que poderia ter causado disrupções no funcionamento da app, incentivou os representantes chineses a chegar a um possível acordo.

Sem avançar muitos mais detalhes, Scott Bessent indicou que o prazo-limite pode ser prolongado por mais 90 dias para permitir que o acordo seja finalizado.

Na rede social Truth Social, Donald Trump escreve que “foi alcançado um acordo com uma ‘certa’ empresa que os jovens do nosso país queriam muito salvar”, acrescentando que falará com o presidente chinês ainda esta semana.

TikTok
TikTok Publicação de Donald Trump na rede social Truth Social

Note-se que Scott Bessent não revelou que se a ByteDance vai transferir o controlo da tecnologia que está por trás da app ao comprador norte-americano do TikTok, cujo nome ainda é desconhecido. Segundo Wang Jingtao, um dos responsáveis do regulador chinês do ciberespaço, o acordo poderá incluir a concessão de direitos de propriedade intelectual, incluindo algoritmos.

Recorde-se que, em 2024, uma lei aprovada definiu que o TikTok seria desligado nos Estados Unidos, se a operação não saísse do controlo de uma empresa chinesa alegadamente com fortes ligações ao regime de Pequim. Essas ligações justificaram a decisão e os receios de que a plataforma fosse usada para espiar e manipular americanos, posicionando a decisão como crítica para a segurança nacional.

Quando Donald Trump voltou a tomar posse, a decisão foi suspensa e começou à procura de interessados em tomar a posição da ByteDance no TikTok. Se a procura se afirmou como a parte mais fácil, mais complexa foi a negociação dos detalhes técnicos, assim como conseguir "luz verde" por parte do Governo chinês.