Num momento em que se fala em simplificação da regulação digital, o alarme público sobre os riscos da inteligência artificial generativa se agudiza e em que empreendedores e investidores apontam a regulamentação na Europa como fator de perda de competitividade dos europeus, a NOVA School of Law dinamizou uma conferência académica internacional sobre Mercados Justos no Século XXI — Transição digital, inteligência artificial e neutralidade tecnológica, através do seu centro de investigação whatnext.law.

Graças a uma parceria com o Tek Notícias, será publicada, semanalmente, às terças-feiras, a rubrica Mercados Justos do Século XXI, assinada pelo whatnext.lawNOVA School of Law. Ao longo de nove semanas, serão divulgados, de forma curta, alguns dos desenvolvimentos regulatórios mais relevantes da economia digital.

Porquê “Mercados Justos”? A justiça é a pedra angular da política da União para os mercados digitais. A este propósito, a Rede Europeia de Investigadores sobre Equidade nos Mercados Digitais e Inteligência Artificial (FIDMA) recorda que «a questão da equidade versus iniquidade tem sido um dos principais temas investigados no direito, na filosofia e na economia ao longo da história da humanidade, desde os escritos sobre regras de mercado justas nas tábuas de Hamurabi, aos ensinamentos judaicos e cristãos, até pensadores modernos como Immanuel Kant, mas também Adam Smith, que observou em Wealth of Nations que “a justiça é o que mantém o edifício unido.”»

Nos mercados digitais do século XXI, a justiça, enquanto critério de valoração, é multifacetada: algumas empresas podem percebê-la como uma obrigação onerosa, enquanto outras a veem como um instrumento de competitividade. Por outro lado, os consumidores podem apresentar reclamações por violação dos deveres de equidade, e os reguladores podem ser chamados a delinear a fronteira, nem sempre clara, que separa as práticas justas das injustas.

Nesta série Mercados Justos do Século XXI, vai poder encontrar temas tão variados como o mercado dos dados e as políticas de consentimento de cookies, o recurso a smart contracts para a resolução de litígios sobre ativos digitais, os riscos associados ao uso de AI trading agents ou da fixação algorítmica de preços; o direito laboral digital; estudos sobre o uso de IA na Justiça; a tutela jurídica da atenção; o crescimento do uso de técnicas de reconhecimento facial no retalho, por exemplo, ou ainda uma perspetiva americana sobre a pergunta para o milhão de dólares – como regular a inteligência artificial.

A última edição desta série divulga, pela primeira vez ao público, os resultados de um vasto inquérito a especialistas sobre as razões que ainda impedem a emergência de Mercados Justos no Século XXI e as soluções que propõem.

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