No final de junho, os Estados Unidos anunciaram os planos de colocar a Kaspersky na lista negra, proibindo a empresa russa de operar no país, pela alegada influência de Putin. Em causa está a capacidade e intenção da Rússia de recolher dados pessoais dos cidadãos americanos para os transformar em armas, utilizando os meios da empresa especialista em cibersegurança.

Como tal, a Kaspersky deixou de poder vender o seu software nos Estados Unidos e a fazer atualizações ao que já estava a ser utilizado pelos seus clientes, explicou na altura o Departamento do Comércio. A medida vai entrar em vigor a partir do dia 29 de setembro, passando a ser proibido de fazer o download de atualizações de software, fazer revendas e licenciar os produtos da empresa.

Apesar da Kaspersky ter avançado que a decisão não iria afetar a sua capacidade de vender e promover ofertas ou formações de inteligência de ameaças cibernéticas nos Estados Unidos, o certo é que um mês depois a empresa decidiu mesmo abandonar o negócio neste mercado. Segundo avança a BBC, a Kaspersky tomou a decisão de sair do país porque “as oportunidades de negócio no país não são mais viáveis”.

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Com mais de 20 anos de operações no país, a Kaspersky vai abandonar o mercado a partir do dia 20 de julho, antecipando em dois meses a entrada em vigor da proibição. A decisão levou à eliminação de cargos da empresa e à venda de produtos nos Estados Unidos.

Em declarações anteriores, a especialista em cibersegurança disse que o “Departamento de Comércio tomou a sua decisão com base no atual clima geopolítico e em preocupações teóricas, em vez de numa avaliação abrangente da integridade dos produtos e serviços Kaspersky”.

A empresa diz que em mais de 26 anos tem sido bem-sucedida na missão de construir um futuro mais seguro, tendo protegido mais de mil milhões de equipamentos. E que fornece soluções para todo o mundo para proteção de ciberameaças, demonstrando a sua independência de qualquer governo.