"As Aceleradoras para o Comércio Digital terão como beneficiárias as associações empresariais e consórcios de associações empresariais. [Esta iniciativa] tem um montante global de 50 milhões de euros", anunciou o Secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor, João Torres, em Lisboa.

A dotação global divide-se entre o financiamento para a instalação de aceleradoras e a dinamização do catálogo de serviços.

Segundo o governante, o objetivo passa por alcançar cinco consórcios para cada NUT II, que, por sua vez, devem dar lugar à instalação de uma aceleradora por cada NUT III.

"Entre as despesas elegíveis está a instituição da figura do gestor da transição digital do comércio, a contratação de recursos humanos alocados à aceleradora, aquisição de equipamentos informáticos e o licenciamento e a subscrição de 'software'", referiu João Torres.

Incluem-se ainda as despesas com a preparação e execução de ações de comunicação para a promoção digital junto das empresas.

Na mesma sessão, o secretário de Estado já tinha apresentado a iniciativa Bairros Comerciais Digitais, que tem mais de 52 milhões de euros para promover a conectividade, abrangendo despesas como a instalação de redes wi-fi.

No total, a dotação dos investimentos ultrapassa os 100 milhões de euros e destina-se a promover e apoiar a incorporação de tecnologia nos modelos de negócio das empresas, "combinando-as, no caso dos Bairros Comerciais Digitais, com um investimento claro nos vetores da proximidade, do urbanismo comercial e da digitalização da experiência de consumo".

Já as Aceleradoras do Comércio Digital destinam-se a apoiar a transição digital das empresas, "avaliando o seu estágio de maturidade e propondo um plano de ação", que será acompanhado pelo financiamento de serviços digitais, segundo informação divulgada pelo executivo.

O Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) que tem um período de execução até 2026, pretende implementar um conjunto de reformas e investimentos tendo em vista a recuperação do crescimento económico. Além de ter o objetivo de reparar os danos provocados pela covid-19, este plano tem ainda o propósito de apoiar investimentos e gerar emprego.

A dotação total do PRR ultrapassa os 16.600 milhões de euros, distribuída pelas suas três dimensões estruturantes -- resiliência (11.125 milhões de euros), transição climática (3.059 milhões de euros) e transição digital (2.460 milhões de euros).