A Nvidia anunciou o lançamento de uma nova plataforma de computação para o sector automóvel, a Drive Thor. A gigante dos processadores garante que este SoC (System on a Chip) vai permitir centralizar um conjunto de operações digitais do veículo e como tal reduzir significativamente a complexidade dos sistemas e os custos.

A plataforma vai assegurar suporte em áreas como a da condução autónoma ou assistida, mas também para funções relacionadas com o entretenimento a bordo ou o conforto, entre outras.

A Nvidia diz que o sistema vai permitir reduzir uma boa quantidade de chips e cablagens de ligação de circuitos e que essa concentração de funções num mesmo SoC terá um impacto relevante nos custos de produção, ainda que não tenha chegado a avançar números.

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"Podem imaginar a enorme poupança que daqui vai resultar seja em termos de custos, cablagem necessária, peso do veículo ou consumo energético global", referiu Danny Shapiro, responsável da divisão automóvel da Nvidia, em declarações citadas pela Reuters, num evento da marca esta semana.

A empresa, tal como outras fabricantes de semicondutores, fez do mercado automóvel uma das suas principais apostas nos últimos anos. A eletrónica dos veículos aumentou exponencialmente o número de chips que equipam cada veículo, um número que continuará a aumentar, à medida que cada vez mais sensores ajudam a dar inteligência aos veículos e as marcas se preparam para a condução autónoma.

Nos últimos anos, os fabricantes da área automóvel têm sofrido com a escassez de componentes eletrónicos, que afetou todo o mercado, e ainda mais um sector com pouca tradição de compra nesta área. Muitas marcas reviram estratégias, firmaram novas parcerias, ou decidiram mesmo investir elas próprias no fabrico de semicondutores para reduzir custos e dependência de fornecedores externos. Foi o que fez por exemplo General Motors, que deve começar a responder às suas próprias necessidades nesta área a partir de 2025.

Atualmente, a GM é precisamente um dos clientes da Nvidia nesta área, que somará qualquer coisa como 11 mil milhões de dólares em encomendas de chips, só para o sector automóvel.

A marca norte-americana também já tem negócios fechados para a nova plataforma de computação. O primeiro cliente do Thor - que é upgrade em relação ao atual Drive Orin - é a chinesa Zeekr, marca detida pela Geely.

Os novos SoC Thor vão chegar em 2024, para equipar carros que devem começar a ser comercializados no ano seguinte. Assentam na nova unidade de processamento gráfico da marca, o GPU Hopper, que vem melhorar a gestão do software de inteligência artificial usado na condução autónoma, como destaca a News.com. Com os seus 77 mil milhões de transistores, o novo Thor terá capacidade para gerir qualquer coisa como 2 quadriliões de operações por segundo, de acordo com a mesma fonte (oito vezes mais que o Orin).