Desde que chegou a Marte, em fevereiro de 2021, o Perseverance já percorreu quase 40 quilómetros. Ao longo dos últimos dois anos, as equipas da NASA estiveram a avaliar os sistemas do rover e concluem agora que está preparado para operar no Planeta Vermelho, pelo menos, até 2031.

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A NASA explica que a equipa da missão tem estado ocupada a testar a durabilidade do Perseverance e a recolher novos dados científicos em preparação para uma nova viagem para uma região chamada Lac de Charmes, que o rover vai explorar a partir do próximo ano.

Ainda este verão, os engenheiros do Jet Propulsion Laboratory (JPL), que lideram a missão, certificaram que os atuadores nas rodas do Perseverance ainda serão capazes de funcionar por mais 60 quilómetros.

Os testes, realizados na Terra, são essenciais para assegurar que o rover continua a estar apto para a sua missão. “Estes testes mostram que o rover está em excelente forma”, afirma Steve Lee, gestor-adjunto da missão no JPL, acrescentando que “todos os sistemas estão preparados para suportar uma missão de muito longo prazo”.

Além de seis instrumentos científicos, o Perseverance conta com mais capacidades autónomas do que os seus antecessores, sendo capaz de reagir a obstáculos inesperados. Para tal, o sistema de navegação autónoma do rover tem um algoritmo que avalia cada roda de forma independente, tendo em conta parâmetros como a elevação do terreno ou áreas específicas que foram assinadas pelos controladores da missão.

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De acordo com Hiro Ono, investigador do JPL, mais de 90% do percurso percorrido pelo Perseverance foi feito com recurso a condução autónoma, o que “permitiu recolher rapidamente uma grande diversidade de amostras”.

“À medida que os humanos avançam para a Lua e, no futuro, para Marte, a condução autónoma de longo alcance tornar-se-á cada vez mais crítica para a exploração destes mundos”, realça o investigador.

Recorde-se que o Perseverance tem vindo a explorar a Cratera de Jezero, uma região onde se acredita que outrora existiu um sistema de lago e rios, recolhendo várias amostras de rochas pelo caminho.

Em setembro, a equipa do rover anunciou que uma amostra recolhida de uma rocha chamada “Cheyava Falls” continha possíveis indícios de vida microbiana antiga.

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Mais recentemente, um artigo publicado na revista científica Science destacou as descobertas do rover numa área chamada Margin Unit, no limite interior da Cratera de Jezero. 

O rover recolheu três amostras nesta região, consideradas pelos cientistas como particularmente valiosas para compreender como as rochas antigas no interior do planeta interagiram com água e com a atmosfera, ajudando a criar condições favoráveis à existência de vida.

Entre setembro de 2023 e novembro de 2024, o Perseverance subiu cerca de 400 metros ao longo da Margin Unit, estudando as rochas ao longo do caminho, em especial, as que continham olivina, um mineral que que se forma a altas temperaturas, geralmente em profundidade no interior de um planeta.

Os cientistas acreditam que a olivina encontrada em Margin Unit se formou através de um processo em que o magma se infiltra em camadas subterrâneas e arrefece. Muito mais tarde, a erosão expôs as rochas onde o mineral se encontra à superfície, onde puderam interagir com a água do antigo lago da cratera e com dióxido de carbono, abundante na atmosfera primitiva de Marte.

Como realça a NASA, à medida que o Perseverance deixa para trás a Margin Unit e segue em direção à região de Lac de Charmes, a equipa terá oportunidade de recolher novas amostras ricas em olivina e comparar as diferenças entre as duas áreas.

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