A NASA atualizou o arquivo de informação sobre exoplanetas, depois de serem identificados mais 65 planetas com esta classificação, que aumentaram para 5 mil o número de exoplanetas conhecidos.

O feito está a ser celebrado como um marco histórico e como sublinha Jessie Christiansen, responsável pelo arquivo de exoplanetas da Agência Espacial, não é só um número: "cada um deles é um mundo novo, um planeta totalmente novo. Fico entusiasmado com cada um deles, porque não sabemos nada sobre eles".

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NASA celebra marca da descoberta de 5 mil esoplanetas com infografia créditos: NASA

O primeiro exoplaneta foi documentado em 1992. Nos últimos anos o ritmo das descobertas aumentou, graças ao avanço nos instrumentos de observação espacial. Destaque aqui para a informação recolhida através do telescópio Kepler e do Transiting Exoplanet Survey Satellite (TESS), como também explica o arquivo num vídeo criado para assinalar o marco.

O recém-lançado telescópio James Webb, que já captou as primeiras imagens de estrelas (imagens abaixo), vai ajudar também nestas investigações. Representa uma nova geração de telescópios preparados para recolher informação mais precisa e abrangente sobre as origens e evolução do universo. No caso dos exoplanetas, o James Webb vai conseguir captar luz das suas atmosferas, para conseguir reconhecer os gases aí presentes e, a partir daí, perceber se há condições de habitabilidade.

Os exoplanetas são planetas que orbitam outras estrelas que não o sol. Podem ter diferentes tamanhos, densidades ou distância das suas estrelas, quando orbitam uma, mas têm em comum o facto de se localizarem para além do nosso sistema solar, uma realidade que só foi possível começar a vislumbrar há pouco mais de 30 anos.

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Os primeiros a serem descobertos orbitavam uma estrela com características bem diferentes do sol, uma estrela de neutrões conhecida como pulsar, que é um cadáver estelar de rotação rápida pulsado por radiação de milissegundos. Medir as ligeiras alterações no tempo destes impulsos permitiu aos cientistas perceber que existiam três planetas na órbita daquela estrela e concluir que muitos outros poderiam existir, para lá do sistema solar e das condições que regem o seu funcionamento. Milhares de novas descobertas se seguiram como a da estrela TRAPPIST-1, com os seus sete planetas rochosos semelhantes à Terra.

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Como também refere a nota do arquivo, nestes 5 mil planetas verificou-se, entretanto, que há “mundos pequenos e rochosos como a Terra” ou “gigantes de gás muitas vezes maiores que Júpiter [...] ‘super-terras’, que são prováveis mundos rochosos maiores do que o nosso e ‘mini-Neptunos’, versões mais pequenas do Neptuno do nosso sistema”.

Há planetas que orbitam duas estrelas ao mesmo tempo e planetas que teimam em orbitar os restos de estrelas mortas em colapso, refere também o documento. Em todo este universo de descobertas, o que mais interessa é identificar a possibilidade de vida extraterrestre, um desafio que tem conhecido enormes avanços nos últimos anos e que com a chegada ao terreno de telescópios cada vez mais potentes promete continuar a evoluir rapidamente.