A Missão Rápida Apophis para a Segurança no Espaço (RAMSES) pretende encontrar-se, a uma boa distância, com o asteroide de aproximadamente 375 metros de diâmetro. Prevê-se que passe a uma distância de 32.000 km da Terra a 13 de abril de 2029 e será brevemente visível a olho nu por cerca de 2 mil milhões de humanos da Europa, África e partes da Ásia, refere a Agência Espacial Europeia (ESA na sigla em Inglês).

Os astrónomos descartaram qualquer risco de o Apophis atingir o planeta azul nos próximos cem anos. Ainda assim, a proximidade da passagem deste objeto próximo da Terra (NEO - Near Earth Object, em inglês), como são designados os objetos que se aproximam da órbita da Terra, é um acontecimento excecional, segundo os astrónomos e ocorre apenas uma vez a cada 5.000 a 10.000 anos.

Uma colisão seria devastadora, devido à sua dimensão, e por isso o asteroide recebeu o nome do deus egípcio do caos e da destruição, Apophis.

Veja as imagens

Apophis é um asteroide maior que 3 estádios de futebol e vai passar perto da Terra
Apophis é um asteroide maior que 3 estádios de futebol e vai passar perto da Terra
Ver artigo

A sonda RAMSES deverá levantar voo em abril de 2028 para se juntar ao Apophis em fevereiro de 2029, dois meses antes de a observar de perto quando o asteroide se aproximar da Terra. Os seus instrumentos estudarão, entre outras coisas, a sua forma e superfície e principalmente a influência exercida pela atração terrestre.

Esta é a órbita estimada do Apophis

órbita do asteroide Apophis órbita do asteroide Apophis
créditos: ESA

"Ainda temos muito que aprender sobre os asteroides", realçou Patrick Michel, diretor de investigação do Centro Nacional de Investigação Científica (CNRS) do Observatório da Côte d'Azur, grande especialista nestes corpos celestes, citado no comunicado de imprensa. "Pela primeira vez a natureza trouxe-nos um asteroide e ela própria fará a experiência", disse o investigador francês.

Neste vídeo os cientistas avaliam a possibilidade de impacto dos asteroides na Terra

As descobertas podem estender-se a várias áreas na compreensão da evolução do Universo. "Basta ver como o Apophis é esticado e comprimido por poderosas forças de maré, que podem causar colapsos e outros fenómenos, e revelar novos materiais abaixo da sua superfície", acrescentou.

Prevê-se uma decisão formal de lançamento da missão no conselho ministerial da ESA em novembro de 2025.