A Comissão Europeia foi avisando sobre as violações ao regulamento dos mercados digitais (DMA) pela Apple. Em causa estava o facto da Apple não permitir que os programadores pudessem distribuir as suas aplicações na App Store de forma livre, sem custos, dando aos consumidores a possibilidade de optarem por alternativas mais baratas. Depois da pressão inicial, em agosto, a Apple passou a permitir que os developers comuniquem com clientes fora da plataforma de apps e disponibilizem as suas aplicações para o iPhone.

A Apple vai agora adotar políticas semelhantes para o iPad, permitindo aos developers que vendam as aplicações em lojas independentes. A medida tem início no dia 16 de setembro, ao mesmo tempo que a empresa disponibiliza o iPadOS 18 e o iOS 18, antecipando o lançamento do iPhone 16.

A partir dessa data, os utilizadores da União Europeia podem fazer o download de apps para o iPad em outras lojas e utilizá-las livremente no tablet da Apple. Da mesma forma que as próprias apps do iPad passam a poder utilizar outros browsers de suporte. Ainda assim, os developers têm de cumprir os requisitos de “Notorização” previamente anunciados pela tecnológica.

Veja na galeria imagens do novo iPad Air:

Trata-se de uma análise aplicada a todas as apps, independentemente do seu canal de distribuição, focado na integridade da plataforma e proteção dos utilizadores.

Este sistema envolve uma combinação de verificações feitas de forma automática e com revisão humana. O objetivo é mitigar a propagação de malware e outros riscos para os utilizadores quando instalam as aplicações. Trata-se de uma medida, que segundo a Apple se aplica a todas as apps de iOS e iPadOS e apenas pode ser instalado num domínio que o developer tenha registado no App Store Connect. Através deste, podem aceder aos materiais e alojá-los no seu website para a distribuição.

Do lado do utilizador, estes necessitam primeiro de aprovar o developer em questão nas definições do seu iPhone ou iPad, antes de poderem instalar apps de um website. E quando instala a aplicação, uma página de sistema vai oferecer a informação de que os respetivos developers submeteram a mesma para a Apple para revisão. Sem dúvida uma forma de “complicar” a vida dos utilizadores para que voltem à App Store.

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Entre as regras para a distribuição na Web, os interessados têm de participar no Programa de Developer Apple como uma organização ou domicilio registado na União Europeia ou através de respetivas subsidiárias. Terá de estar em conformidade como membro do programa por mais de dois anos e ter uma aplicação com pelo menos um milhão de instalações no primeiro ano no espaço europeu.

Os programadores têm ainda de pagar uma taxa apelidada de Core Technology Fee, num valor de 50 cêntimos por cada primeira instalação anual nos últimos 12 meses, no caso das apps do iPhone.