A estratégia de aposta nos serviço de cloud e no edge computing, que foi apresentada ainda em 2018 por Antonio Neri, está no bom caminho e a empresa mantém o calendário de investimento a quatro anos, mas o CEO admite que a pandemia da COVID-19 veio trazer algumas mudanças. O próprio Antonio Neri foi diagnosticado com o novo coronavírus e está em quarentena na sua casa em San Jose, mas é o efeito nas empresas que mais impacta o negócio da HPE.

"Esta crise está a fazer com que o mundo mude de forma drástica", afirma, adiantando que "a tecnologia acelerou o negócio das empresas e permitiu que se preparassem rapidamente para fazer face aos efeitos da pandemia". Antonio Neri que lembra que ainda estamos todos a aprender, com os desafios que surgiram nos últimos meses, salientando que muitas organizações estavam completamente despreparadas mas que os profissionais de tecnologia foram verdadeiros heróis e mostraram a resiliência das infraestruturas.

A mudança de paradigmas para o "novo normal" é um dos desafios que todas as organizações têm de enfrentar e o CEO da HPE lembra que a conetividade vai ser cada vez mais essencial e que muitas empresas vão manter padrões de trabalho remoto, mantendo as pessoas protegidas e assegurando a colaboração da melhor forma.

E que impacto pode ter em termos económicos? Em resposta ao SAPO TEK, Antonio Neri admite que a HPE ainda está a avaliar três cenários diferentes de recuperação do investimento, embora admita que a forma como as empresas investem em Tecnologias da Informação está muito ligada ao PIB. "2021 será  o ano da recuperação com mais consumo de TI e de Cloud", sublinha.

A HPE está preparada para manter a sua estratégia nesta fase. "Temos de aumentar o investimento em I&D, apostar em crescimento orgânico e não orgânico e acelerar a visão durante a pandemia [...] o Edge e a Cloud distribuída é cada vez mais importante e é um tema do presente e não do futuro", afirmou durante uma conferência de imprensa de antecipação ao HPE Discover Virtual Experience que está a decorrer em formato online.

Ezmeral e GreenLake centrais nos novos anúncios

Entre as novidades que a HPE trouxe ao seu principal evento está um novo portfólio que tem um papel fundamental na estratégi de edge to cloud da empresa. O HPE Ezmeral (cujo nome é inspirado na esmeralda) integra o HPE Ezmeral Container Platform e HPE Ezmeral ML Ops, que estão disponíveis  e modelo beta através do HPE GreenLake, devendo estar acessíveis de forma alargada no quarto trimestre do ano.

Foram também anunciados os serviços de cloud HPE GreenLake, que pretendem dar às empresas mais agilidade, custos reduzidos e uma experiência mais consistente de serviços na nuvem, e que foram comparados à oferta da Amazon Web Services (AWS).

Através da plataforma de containers as empresas podem correr aplicações nativas de clous ou não nativas, gerindo clusters Kubernetes, com controle unificado e tirando partido dos sistemas de alta performance.

A utilização mais eficiente dos dados continua a ser um dos desafios para as empresas que querem desenvolver sistemas mais inteligentes e eficientes e estar preparados para enfrentar a concorrência e situações como a atual crise de saúde pública, mas é também essencial para o crescimento económico e a revitalização dos negócios.