Por Ricardo Oliveira (*)
É indiscutível que a crescente digitalização das sociedades e economias trouxe inúmeras vantagens não só ao mundo empresarial, mas também aos particulares. Contudo, paralelamente, emergiu um panorama repleto de ameaças e vulnerabilidades, especialmente no que toca à cibersegurança. A análise de risco, neste contexto, assume um papel primordial, servindo como uma bússola para navegar por um mar agitado de potenciais perigos digitais.
Cada vez mais, a segurança é uma preocupação real de qualquer organização, independentemente do seu tamanho. As empresas estão mais conscientes do número crescente, do maior alcance e do potencial perigo dos ciberataques, cujas consequências são cada vez mais onerosas – desde negócios perdidos até multas decorrentes do não cumprimento de legislações. Os ataques a empresas portuguesas e internacionais, juntamente com o número crescente de ciberataques perpetrados pelos mesmos atores dos conflitos mais recentes, desenham um novo cenário onde a segurança dos sistemas é um requisito indispensável.
Um relatório da Agência da União Europeia para a Cibersegurança revelou dados alarmantes: entre maio de 2021 e junho de 2022, foram roubados 10 TB de dados por mês, dos quais 58,2% incluíam informações pessoais sobre funcionários. Além disso, em 94,2% dos ataques de ransomware, não ficou claro se as vítimas pagaram o resgate ou não. Ransomware, malware e crypto-jacking foram identificados como as três principais ameaças à cibersegurança das organizações.
Os pequenos negócios, outrora não despertando grandes atenções, são cada vez mais alvos crescentes de ciberataques, pois são agora tidos como presas fáceis devido às suas medidas de segurança mais frágeis e à falta de recursos para recuperar a integridade dos seus sistemas rapidamente. Neste cenário, a análise de risco emerge não apenas como uma ferramenta, mas como uma estratégia essencial para prevenir, mitigar e responder eficazmente a essas ameaças.
A análise de risco em cibersegurança envolve a identificação e avaliação de potenciais vulnerabilidades e ameaças aos sistemas de informação de uma organização. Este processo permite às empresas entenderem melhor os riscos associados às suas operações digitais e tomar decisões informadas e prioritizar ações para proteger os seus ativos. Não se trata apenas de implementar tecnologias de segurança, mas de compreender o panorama de ameaças e avaliar a probabilidade de ocorrência de eventos adversos e o impacto que essa ocorrência teria no negócio.
Implementar uma abordagem proativa de análise de risco significa também reconhecer que a cibersegurança não é uma questão puramente técnica, mas um desafio estratégico, que exige envolvimento de todos os níveis da organização. Desde a formação de uma cultura de segurança entre os colaboradores até à integração da análise de risco nas decisões estratégicas da empresa, nenhum destes aspetos deve ser descurado no sentido de fortalecer as defesas contra as crescentes ameaças neste campo.
A análise de risco em cibersegurança é, portanto, indispensável. Ela permite evitar prejuízos financeiros e danos na reputação e desempenha um papel significativo na continuidade das operações, na proteção de dados sensíveis e na conformidade com as regulamentações vigentes. Num mundo onde os ciberataques são cada vez mais sofisticados e direcionados, a análise de risco oferece às organizações a visão e as ferramentas necessárias para se manterem resilientes frente a essas ameaças omnipresentes.
(*) CSO e CISO da Eurotux
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