Por Margarida Amado (*)
A vida de estudante traz consigo muitas experiências a um jovem de 18 anos. Entre novos amigos que se tornam quase família e aprendizagens com o poder de nos mudar perspectivas, surge algo que até agora só conhecíamos à distância: liberdade total sobre quem somos e o que fazemos.
Até pode parecer idílico. “Liberdade total: o sonho”, pensava qualquer um de nós na adolescência. No entanto, é exactamente por as aparências iludirem que chegamos à conclusão de que liberdade é muito mais do que não ter horas de chegar a casa e do que não dever justificações a ninguém. A liberdade que surge ao caloiro, que acaba de ingressar na faculdade, também traz com ela perguntas a que ainda não estávamos prontos para responder: “Quem sou realmente?”. “O que é que me faz feliz?”. “O que é que preciso para ficar satisfeito?”. “O que é que quero fazer na vida?”. “Quem é que quero ser na vida?”. A liberdade traz com ela responsabilidade. Responsabilidade de escolher o caminho certo. Responsabilidade de aproveitar as oportunidades certas. Responsabilidade de ser a pessoa certa.
Também eu senti este peso da liberdade. E foi assim que, com medo de ficar aquém daquilo que sonhava para a minha vida, mas com coragem para me sentir desconfortável, decidi candidatar-me à JUNITEC – Júnior Empresas do Instituto Superior Técnico.
Segui para a minha primeira entrevista da vida. Preparei-me, respirei fundo e entrei na sede da JUNITEC – uma garagem inspiradora, tal como foram, um dia, a Google e a Disney. Uma semana depois, surge um e-mail: “Parabéns! Entraste na JUNITEC!”. Foi este o ponto de viragem naquilo que é, hoje, a minha vida.
Entrando no Departamento de Inovação, para mim, JUNITEC era sinónimo disso mesmo: Inovar. Rapidamente percebi que estava certa, mas, também, rapidamente percebi que JUNITEC era muito mais do que isso.
A JUNITEC não é apenas uma Júnior Empresa. A JUNITEC é a Júnior Empresa mais antiga de Portugal. A JUNITEC é a única Júnior Empresa com um Departamento totalmente dedicado a apoiar e lançar start-ups.
Gerida única e exclusivamente por estudantes, a JUNITEC é uma empresa auto-sustentável com a capacidade económica de oferecer aos seus membros oportunidades incomparáveis: a fundação e desenvolvimento das suas próprias start-ups, orçamento para utilizarem livremente em formações e certificações do seu interesse e ainda fim-de-semanas de teambuilding e participações em eventos nacionais e internacionais totalmente financiados.
Com um core business de consultoria tecnológica, os membros da JUNITEC desenvolvem projetos de raiz, com recurso a tecnologias de ponta que vão desde softwares de inteligência artificial a hardwares complexos.
Para além do indubitável valor que consegue criar junto à comunidade estudantil, ao oferecer a possibilidade de pôr as “as mãos na massa” e trabalhar directamente com algumas das melhores e mais populares ferramentas tecnológicas utilizadas hoje em dia, a JUNITEC gera também valor para grandes empresas como a Thales, a Fujitsu e a Quidgest, que decidem escolher o nosso serviço.
É, também, impossível falar da JUNITEC sem falar dos seus departamentos de Marketing e Recursos Humanos, pois sem estes membros, seria como tentar andar num Ferrari sem rodas. São eles a engrenagem que faz com que todo o mecanismo funcione. É Marketing que gera conteúdo que garante que a JUNITEC está nas bocas do mundo e que o seu valor é reconhecido. E é Recursos Humanos que faz o impossível: manter mais de setenta membros satisfeitos.
Nunca esquecendo os valores da JUNITEC - Aprender, Inovar e Empreender – surge o Departamento de Inovação, do qual talvez não consiga falar com tanta objetividade, pois foi aquele que me acolheu. Foi aqui que cresci e aprendi como nunca antes. Foi aqui que encontrei oportunidades inigualáveis. E, talvez mais importante que tudo isto, foi no aqui que conheci alguns dos meus melhores amigos.
Falando da forma mais sucinta que consigo, o objetivo do Departamento de Inovação é lançar start-ups. Mas, a verdade é que não há nada de sucinto em relação a lançar uma start-up.
Inserida numa equipa de quatro pessoas, e confiada para ser Gestora dessa mesma equipa, comecei a trabalhar naquilo que se veio a tornar uma paixão – a AceMotion. Visando revolucionar o mundo do desporto, desenvolvemos um software que avaliava a biomecânica dos movimentos de atletas e sugeria correções de postura para melhoria de performance e prevenção de lesões. Houve altos e muitos, muitos baixos - o que apenas significa que houve sucessos e muitas, muitas, aprendizagens. Fechámos parcerias que nunca sonharíamos ter e brindámos com os nossos maiores ídolos – o resto, como costumam dizer, é história.
Desde o dia em que entrei na JUNITEC que uma frase me surge de forma constante e é comprovada, também, de forma constante: “Aquilo que deres à JUNITEC, ela te dará em dobro”. Olhando para trás, é impossível não apreciar aquilo que a JUNITEC me ensinou. Deu oportunidades a uma rapariguinha de dezanove anos, com pouca ou nenhuma experiência no mundo real, que muitos sonham conseguir ter aos quarenta.
Estar, num momento, sentado à mesa com um amigo que conta umas piadas e paga umas cervejas e, no momento seguinte, testemunhar o resultado absurdamente extraordinário do esforço e trabalho desse mesmo amigo, ensinou-me uma lição que levarei comigo para sempre: não são os mais inteligentes nem os mais fortes que alcançam patamares grandiosos - são os mais determinados.
(*) coordenadora do departamento de Inovação e aluna do 3º ano de Engenharia Aeroespacial do Instituto Superior Técnico
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