Por Carlos Hipólito (*)
Todos os dias surgem novas tecnologias que moldam os nossos hábitos. Ultimamente não há um dia em que não se ouça falar, por exemplo, de uma nova ferramenta de inteligência artificial que nos facilite uma tarefa, seja esta qual for. No entanto, a tecnologia não só pode, como deve ser utilizada para o bem. Devemos tirar partido da influência que a tecnologia pode ter, e procurar marcar a diferença.
Atualmente, as empresas procuram, cada vez mais, diferenciar-se num mercado tão competitivo e incerto, perguntando-se onde e como se podem destacar. A tecnologia, como forma de inovação, e a questão da responsabilidade social e da ética são, portanto, temas que têm vindo a ser cada vez mais explorados para este fim. São inúmeras as empresas que procuram soluções tecnológicas inovadoras, que lhes tragam uma vantagem competitiva. São inúmeras as empresas que procuram contribuir para a sociedade, através de ações socialmente responsáveis, sustentáveis, éticas e solidárias. E já começam, também, a ser algumas empresas que utilizam ambas as vertentes em conjunto, como forma de criar um nível superior de diferenciação.
Ao nível do desperdício alimentar, por exemplo, existem projetos que servem como canais que ligam os excedentes alimentares de superfícies comerciais ao consumidor final. Existem, também, empresas que formam parcerias com este tipo de projetos, como forma de gerirem os seus excedentes de forma responsável e diminuírem o desperdício. Para além disso, também já existem inúmeros projetos que têm como objetivo a gestão eficiente de stocks, de forma a maximizar a utilização dos recursos e a diminuir o desperdício e as emissões de carbono.
Posteriormente, também já estão a ser desenvolvidas embalagens de formato inteligente, que permitem, mais uma vez, a gestão otimizada dos recursos e o prolongamento do ciclo de vida dos mesmos, como, por exemplo, embalagens antipatogénicas. Por último, e ao nível da comunicação, as empresas estão cada vez mais presentes nos canais digitais, com iniciativas interativas, como forma de mostrarem que trabalho têm vindo a desenvolver nestas áreas e que tipo de medidas adotam nestas vertentes, como forma de se inspirarem e de se tornarem inspiradoras para o contexto em que estão inseridas.
Então, se até as empresas já estão a pôr os olhos em iniciativas como a Green Tech ou a Tech For Good, e se, cada vez mais, essa perspetiva começa a ser considerada também por investidores e chairmans, o que é que nos falta enquanto indivíduos para podermos ser melhores, mais informados e ainda mais sustentáveis? O que nos falta para, por exemplo, erradicarmos o desperdício alimentar?
Falta adotarmos e darmos uso a estas soluções tecnológicas no nosso quotidiano, quando estas são também disponibilizadas para o consumidor, por exemplo. E falta estarmos mais informados sobre este tipo de iniciativas como forma de contribuirmos com o nosso poder de colaborador nas organizações nas quais trabalhamos e, assim, promover uma economia circular, à qual todos podemos ter acesso e na qual todos podemos participar. O combate ao desperdício alimentar parte de nós e da forma como tiramos proveito das soluções que já existem. A tecnologia está ao nosso serviço e, serve, também, para facilitar os processos, ao contribuir para que consigamos ter uma participação ativa na sustentabilidade do planeta, sem que tenhamos que investir demasiado de nós. As soluções já existem, basta procurá-las!
(*) Head of Portugal na Phenix Portugal
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