Por Diana Cruz (*)
Reskilling e upskilling são termos que temos ouvido cada vez mais no setor das TI. Trata-se de obter uma formação específica e essencial para converter percursos de carreira ou incrementar os conhecimentos já adquiridos para facilitar a progressão profissional. No fundo, são estratégias de formação que têm sido cada vez mais valorizados e essenciais para o reconhecimento profissional dos colaboradores.
Como sabemos, a indústria tecnológica é das mais dinâmicas e mutáveis da sociedade. Por isso, além das iniciativas de formação pontuais, o desenvolvimento contínuo das equipas, a todos os níveis, contribui para o seu sucesso e, consequentemente, para o das organizações.
Sendo certo que a Inteligência Artificial veio acelerar a necessidade de atualização constante, o nosso quotidiano tornou-se ainda mais dinâmico e imprevisível. Para acompanhar estas mudanças, as empresas precisam de desenvolver uma estratégia de antecipação, mantendo-se informadas acerca das necessidades de desenvolvimento dos seus colaboradores. Ao mesmo tempo, para aumentar os níveis de engagement na formação contínua, é preciso inovar nos formatos, através de workshops, debates, cursos de línguas e outras atividades. A partilha de conhecimento entre equipas é uma das formas de promover sinergia entre profissionais, podendo ser feita de forma divertida e interativa, ao mesmo tempo que proporciona momentos para fortalecer relações de colaboração.
As organizações de TI, em particular, estão muitas vezes organizadas por departamentos ou por equipas que são alocadas a diferentes projetos. Esses projetos podem contar com diferentes metodologias e tecnologias a que nem todos têm acesso no ritmo que seria desejável. Aqui, o desenvolvimento de competências ganha uma importância ainda maior. Ao promover iniciativas de interação com diferentes pessoas que fazem parte de equipas diferentes, as empresas criam oportunidades para que os colaboradores descubram e criem interesse sobre as tendências de mercado no qual trabalham.
Abrir espaço para o debate, além de proporcionar o desenvolvimento dos profissionais, promove o sentido crítico e a proatividade, essenciais para uma maior eficácia na
resolução de desafios do dia a dia. A verdade é que, a formação contínua, além de compreender uma importante componente de desenvolvimento, fomenta um ambiente colaborativo onde se dissemina o propósito comum - dois fatores fundamentais para a construção de uma cultura organizacional positiva e sustentável.
Pessoas motivadas são pessoas realizadas e, consequentemente, mais produtivas. O contexto da tecnologia é cada vez mais associado ao trabalho remoto e, sendo esta uma realidade que veio para ficar, aprendemos diariamente sobre como usufruir dos seus benefícios. Por outro lado, o regime híbrido facilita a aproximação entre colegas de trabalho – essencial para que possamos aprender uns com os outros sem constrangimentos – tornando o ambiente profissional mais atrativo e satisfatório.
A par da evolução técnica, as soft skills assumem um papel decisivo nesta transformação. Por isso, todas as iniciativas devem ser acompanhadas de uma componente de desenvolvimento pessoal, aliando o crescimento individual com o profissional.
Todos os setores necessitam de constante evolução, e as empresas que não abraçam a mudança de forma equilibrada ficam para trás. Neste caso, falamos da evolução dos próprios colaboradores. Não nos podemos esquecer que as empresas são feitas de pessoas e de que, sem elas, as organizações e os negócios não crescem. Somos todos parte de um sistema que é tanto mais saudável e sustentável quanto mais as suas componentes conseguem comunicar de forma fluída e natural.
A partilha ativa de conhecimento entre profissionais é, por isso, um dos elementos-chave para o sucesso das organizações e para que mantenham os seus padrões de excelência, constituindo uma real vantagem competitiva.
(*) Project Lead da Comunidade K-Tech na KLx
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