Por Hugo Ferreira (*)

Num mundo laboral cada vez mais globalizado e interligado, diversidade e inclusão deixaram de ser apenas valores aspiracionais. São hoje fatores determinantes do sucesso organizacional. E não se trata apenas de visibilidade, como género, idade ou etnia, mas de experiências de vida, formas de pensar, perspetivas que se cruzam e ampliam o alcance das decisões. Empresas verdadeiramente inclusivas são mais inovadoras, resilientes e eficazes na atração e retenção de talento. Não é uma tendência: é um facto sustentado por estudos e pela realidade das organizações mais competitivas.

Contudo, fomentar uma cultura inclusiva exige mais do que retórica. São necessárias ações concretas, desde processos de recrutamento equitativos até programas de formação e sensibilização que combatam preconceitos enraizados. É precisamente aqui que o Human Experience Management (HXM) se destaca como uma abordagem moderna, sistémica e profundamente humana, que vai além das funções tradicionais dos Recursos Humanos.

Políticas que refletem compromisso autêntico

A diversidade sustentável começa onde termina a superficialidade. Não basta recrutar perfis diversos, é necessário que as políticas internas reflitam, de forma coerente, esse compromisso. O HXM permite transformar boas intenções em práticas consistentes, como horários flexíveis, medidas de conciliação familiar, e programas de apoio para grupos sub-representados. É esta coerência entre discurso e ação que define se a inclusão é valor vivido ou apenas marketing institucional.

Ambientes onde as pessoas se sentem representadas e valorizadas geram, inevitavelmente, maior lealdade e retenção de talento. As pessoas permanecem, crescem e inovam quando se veem na cultura da organização, não por obrigação contratual, mas por identificação genuína. O HXM, neste contexto, deixa de ser uma plataforma ou uma metodologia.

Liderar com inclusão: uma competência estratégica

A liderança inclusiva deixou de ser um ideal luxuoso e tornou-se uma urgência para organizações que querem reter talento e manter relevância no mercado. De acordo com o estudo Inclusive Leadership and its Impact on Talent Retention in Diverse Teams (2024), equipas lideradas por perfis inclusivos registam uma redução de até 25 % na rotatividade e um aumento de até 35 % no engagement dos colaboradores.

Estes líderes promovem maior segurança psicológica, empatia e reconhecimento da diferença fatores determinantes para a coesão e o desempenho organizacional. Porque liderar com inclusão é, hoje, liderar com inteligência emocional, visão sistémica e coragem para transformar.

Dados que não apenas informam, mas que transformam

O HXM posiciona-se como um facilitador desta inteligência organizacional, ao disponibilizar ferramentas que permitem mapear a representatividade, acompanhar indicadores de equidade e avaliar o impacto das políticas implementadas. Ao integrar estas métricas nos processos de decisão, as organizações conseguem não apenas agir com maior precisão, mas também alinhar as suas práticas com os objetivos estratégicos e culturais da empresa.

Trata-se de converter dados em ação e perceber onde há assimetrias e quais as  iniciativas que geram resultados para uma atuação proativa e orientada para resultados. A comunicação transparente destes dados, por sua vez, reforça a credibilidade da liderança, a confiança dos colaboradores e a reputação da marca empregadora.

Incluir é transformar de dentro para fora

A diversidade e a inclusão não são apenas práticas éticas, são motores de inovação, adaptabilidade e performance. Adotar uma abordagem de HXM não só melhora a experiência dos funcionários, mas também promove uma cultura de inovação dentro da organização. Para se manter competitivo no mercado atual, é essencial perceber que a tecnologia e humanismo não estão em polos opostos pelo contrário, é na intersecção entre ambos que reside o verdadeiro progresso das empresas.

(*) SAP HXM Business Unit Manager da valantic