
Por Daniela Costa (*)
A eficiência operacional das equipas de TI assume hoje um papel determinante e transformou-se num fator crítico para o sucesso das organizações. No entanto, melhorar esta eficiência não pode depender exclusivamente da contratação de mais profissionais e do consequente aumento de custos fixos. Aliás, não deve de todo passar apenas e só pelo aumento de head count. A solução passa por otimizar os recursos existentes, definir estratégias claras e incorporar tecnologias de forma inteligente e segura.
Antes de procurar novos talentos, é essencial avaliar se a equipa atual está organizada da forma mais eficaz. Automatizar tarefas repetitivas, melhorar processos internos e eliminar redundâncias são passos fundamentais. Por outro lado, a formação contínua dos colaboradores permite aumentar a produtividade e a capacidade de resposta sem necessidade de aumentar a equipa.
IA como impulsionadora de eficiência, mas com critérios
A Inteligência Artificial (IA) é uma ferramenta poderosa para aumentar a eficiência operacional, mas precisa de ser abordada de forma estratégica. O simples uso de ferramentas como o ChatGPT não significa uma verdadeira adoção de IA. Para que a IA tenha um impacto real na organização, é necessário integrá-la em fluxos de trabalho estruturados e alinhados com os objetivos do negócio. Além disso, a IA não deve ser apenas encarada como um assistente para tarefas pontuais, mas sim como um elemento transformador dos processos empresariais, permitindo a automação inteligente e a otimização do tempo dos colaboradores.
Outro ponto crucial é a governança da IA. Definir políticas claras sobre que soluções podem ser utilizadas e de que forma os dados são tratados é essencial para evitar riscos de segurança e conformidade. É preciso garantir que as ferramentas de IA escolhidas respeitam normas regulatórias, protegem a privacidade dos dados e não expõem informações sensíveis da empresa. Isso implica criar diretrizes internas para a utilização da IA, estabelecer permissões de acesso e monitorizar constantemente a sua aplicação para evitar desvios ou usos inadequados.
Além disso, as organizações devem investir na formação das equipas para que compreendam o potencial da IA e saibam como utilizá-la da melhor forma. Uma adoção consciente e bem estruturada da IA pode trazer ganhos significativos, desde a redução do tempo gasto em tarefas rotineiras até à capacidade de analisar grandes volumes de dados para tomar decisões de forma mais informada.
Provas de conceito: testar antes de implementar
Uma estratégia eficaz para adoção de novas soluções passa por realizar Provas de Conceito (PoC). Em vez de tomar decisões definitivas sem avaliar os benefícios reais, é recomendável testar ferramentas em pequena escala, analisando o seu impacto na produtividade, segurança e integração com os sistemas existentes.
A rapidez com que a tecnologia evolui exige que as organizações adotem uma mentalidade mais flexível. A capacidade de abandonar ferramentas que não trazem os resultados esperados é tão importante quanto a sua implementação. Para isso, a vigilância tecnológica precisa de ser permanente, monitorizando de forma contínua o mercado e ajustando as estratégias conforme necessário.
Precisa-se de uma mudança cultural abrangente
A adoção de IA e outras inovações tecnológicas não é apenas um tema tecnológico, mas sim estratégico. A forma como a empresa encara estas mudanças determinará o seu sucesso. É fundamental fomentar uma cultura organizacional que encoraje a experimentação, a aprendizagem contínua e a adaptação rápida a novas realidades.
Uma breve reflexão que nos remete para a forma como comecei este artigo. Melhorar a eficiência operacional das equipas de TI não significa necessariamente aumentar o quadro de colaboradores. A chave está na otimização interna, na adoção estratégica de IA e na criação de uma cultura empresarial mais flexível e adaptativa. Aquelas organizações que conseguirem implementar estas mudanças com segurança e agilidade terão ferramentas essenciais para melhor conseguirem enfrentar os desafios futuros.
(*) COO da Eurotux
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