Um grupo de investigadores da universidade norte-americana de Stanford desenvolveu um sistema de deteção de sismos que pode vir a dar uma nova utilidade às linhas de fibra ótica. De acordo com a equipa, é possível duplicar as funcionalidades das mesmas, utilizando-as para prever e comunicar a iminência de atividade sísmica às autoridades responsáveis.
Dada a estrutura destas fibras, que são finas e altamente sensíveis, os investigadores descobriram que é possível associar certos padrões de movimento nos cabos à chegada de um tremor de terra. Para isso, no entanto, é necessária a utilização de um aparelho que mede as perturbações na linha, como um interrogador a laser.
O trabalho dos investigadores consistiu no desenvolvimento de um sistema tecnológico que lê e relaciona as medições com possíveis atividades sísmicas, especificando a magnitude, a direção dos tremores e os diferentes tipos de ondas sísmicas. A sensibilidade do sistema permite cobrir incidências com vários tipos de intensidade, incluindo os sismos mais fracos que possam passar despercebidos pelos aparelhos de deteção mais tradicionais.
Como escreve o Engadget, a deteção de sismos com recurso à fibra ótica não é totalmente novo, mas a diferença face às técnicas existentes é substancial, uma vez que os modelos anteriores requeriam que os cabos estivessem envoltos em cimento e ligados, de alguma forma, à terra. O modelo de Stanford, por outro lado, pode funcionar com qualquer tipo de instalação atual.
O protótipo existente, contudo, ainda apresenta algumas condicionantes. Está limitado pelo tamanho da rede de fibra, por exemplo, o que o pode afastar o sistema de algumas zonas rurais, e ainda não foi testado em cenários mais extensos do que o perímetro da Universidade de Stanford, o que não assegura a sua aplicação em zonas mais densas do que esta. Certo é que a instalação, baseada num sistema de fibra existente, seria sempre mais barato do que a implementação de sensores dedicados.
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