A mais de dois meses desde o início do leilão do 5G em Portugal, as licitações na fase principal, onde participam operadoras como a MEO, a NOS e a Vodafone, continuam sem fim à vista, tendo entrado hoje no seu 30º dia.
Nas seis rondas de hoje, as licitações atingiram os 235,15 milhões de euros, um valor que representa uma subida de 1,782 milhões de euros face ao que foi atingido no dia anterior. A soma das licitações de hoje com as da fase dos novos entrantes, que ultrapassaram os 84 milhões de euros, resulta num valor que é superior a 319 milhões de euros, ultrapassando o preço de reserva fixado pela Anacom nos 237,9 milhões.
Através dos mais recentes dados disponibilizados pela Anacom é possível ver que as únicas mudanças que se registam hoje surgem na faixa dos 3,6 GHz, sem contrariar a tendência dos últimos dias. Aqui, há subidas nas propostas relativas a 18 dos 40 lotes disponíveis e existe uma dinâmica de crescimento das ofertas que leva a aumentos a rondar, no máximo, os 111% em relação ao preço de reserva.
Para já, a maior das movimentações aconteceu na faixa dos 2,1 GHz, cujo valor está mais de 400% acima do preço de reserva de espectro. A Anacom fixou o custo da faixa em 2 milhões de euros e a última licitação feita chegou a 10,6 milhões, mas não tem alterações desde 22 de janeiro.
A faixa dos 2,1 GHz vista como essencial para garantir maior capacidade de cobertura e uma atualização rápida da atual rede de 4G dos operadores, mas também pode ser estratégica no futuro se for "recondicionada" para a quinta geração móvel. O interesse das operadoras também centrou-se na dos 2,6 GHz, uma faixa de espectro que assegura também capacidade de cobertura de rede alargada e que apresenta crescimentos de valor acima dos 90%.
Na faixa dos 700 MHz, que ficou livre após a conclusão do processo de migração da TDT, o preço de licitação continua nos 19,2 milhões de euros e um dos lotes não recebeu ofertas desde o início da fase principal do leilão.
De modo semelhante, os quatro lotes disponíveis na faixa dos 900 MHz também não registam alterações em relação ao preço de reserva de 6 milhões de euros. Porém, se as operadoras considerarem que faz sentido para a sua estratégia, podem surgir eventualmente novas propostas em ambas as faixas.
De acordo com o regulamento, o leilão só terminará quando não existirem novas licitações, fixando-se o valor final e cabendo à Anacom fazer a consignação das licenças e, por fim, a atribuição. Só depois é que podem avançar as ofertas comerciais.
Uma coisa é certa: por entre polémicas e adiamentos, o leilão do 5G bate recordes de duração de processos anteriores de atribuição de licenças em Portugal, mas também no licenciamento do 5G face aos procedimentos que decorrem noutros países europeus. Por exemplo, a Suíça atribuiu as licenças num leilão de apenas um dia e na Grécia bastaram seis rondas para entregar as licenças e encaixar 372,3 milhões de euros.
Nota de Redação: A notícia foi atualizada com mais informação. (Última atualização 19h0)
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