Em linha com o que tem acontecido no mercado de telemóveis em geral, o sub-segmento dos smartphones dobráveis está a recuperar o fôlego e a voltar a um terreno de vendas positivo. Os dados apurados, tanto pela IDC como pela Counterpoint para o primeiro trimestre do ano, mostram isso mesmo, dentro de um mercado que deve crescer este ano já 4% em vendas.
Olhando para os números de vendas dos vários fabricantes, é possível verificar que os dobráveis já não são um terreno quase exclusivo da Samsung. Como sublinha uma análise do site Android Central, nos Estados Unidos, o lançamento no ano passado de um modelo com estas características pela Google e outro da OnePlus ajudaram a dinamizar o mercado. Mas é no contexto global que se verificam as maiores diferenças, impulsionadas sobretudo pela Huawei, mesmo com todas as restrições americanas à marca que, por arrasto, se estendem a outros países.
Os números da Counterpoint mostram que a Samsung fechou o primeiro trimestre do ano passado com 58% das vendas mundiais de dobráveis, a nível global. No primeiro trimestre deste ano as vendas do sub-segmento para a Samsung caíram 42% e a companhia passou a deter uma quota mundial de 23%. Por comparação, as vendas da Huawei no mesmo período cresceram 257% para uma quota de 35%, com a China a justificar em larga medida esta performance. Marcas como a Honor e a Motorola têm vindo a ganhar quota em vários países.
Os números mostram ainda que o tipo de dobráveis mais vendidos também está a mudar. Nos primeiros três meses deste ano, os dobráveis tipo livro representaram 55% das vendas, roubando a liderança de preferências ao formato concha, que desde 2021 era o mais vendido.
Para a Samsung a pressão passou a ser maior, tal como a expectativa relativamente às novas edições do Fold e do Flip, que devem avançar no verão para a versão 6 e que têm sido as apostas da fabricante sul coreana neste campo.
Essa pressão já é visível até para marcas que ainda não têm dobráveis, como a Apple. Quando apresentou os mais recentes resultados financeiros, a empresa reviu em baixa as previsões de vendas para o trimestre seguinte e uma das razões está no mercado asiático, onde o iPhone está a perder pujança para outro tipo de propostas, como os dobráveis de marcas chinesas equipados com chips chineses.
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