Nem tudo o que se lê na internet é verdade, mas o certo é que as redes sociais têm um papel importante como veículo de divulgação de informações, mesmo que nem sempre sejam factuais. É preciso bom-senso na procura da informação, e um pouco por todo o mundo o tráfego relativo a pesquisas sobre o assunto disparou nas últimas semanas.
Mas há outro fenómeno que está a decorrer nas redes sociais, as ações de consciencialização dos próprios utilizadores, a avisar os seus amigos e familiares. Se à partida alguns se limitam a partilhar memes ou mensagens de outros, há mesmo quem se inspire no bom-senso e escreva dicas para se manter em casa. Há exemplos práticos de pessoas que referem as medidas que adotaram, outras que desmarcaram férias ou idas a concertos como prevenção. E até já há um hashtag oficial: #IStayHome, partilhado por entidades, personalidades e claro, os utilizadores anónimos, num movimento que se propagou na Itália.
No SAPO os sites da rede "tiveram um aumento de sessões superior 30%, havendo sites que tiveram um crescimento na ordem dos 100%", refere Filipa Martins, diretora do SAPO. "Cerca de 10% do total de consumo de conteúdos noticiosos esteve relacionado com a pandemia, fruto da procura dos portugueses em se manterem atualizados relativamente ao Covid-19 e às medidas tomadas e cuidados a serem tomados quer a nível oficial, quer a nível pessoal".
No SAPO Lifestyle, que acompanhou este tema da pandemia do ponto de vista de saúde, cerca de metade da audiência procurou conteúdos relacionados com temas relacionados com o Covid-19, refere Filipa Martins, adiantando ainda que, genericamente nos sites SAPO, os conteúdos mais vistos estão relacionados com a pandemia.
Nas tendências do Google, o Coronavirus é a palavra mais pesquisada, e no caso de Portugal, em Lisboa é onde tem um pico de 100, ou seja, o máximo de interesse. Mais concretamente Oeiras, é a localização do distrito onde mais se pesquisa sobre o tema. Seguem-se o Porto e Coimbra na casa dos 90 pontos, Bragança e Setúbal em 80. Nas consultas relacionadas, pelas palavras pesquisadas, os portugueses querem saber o estado do coronavírus em Portugal e os sintomas.
Nos Estados Unidos, associado à pandemia, disparou também palavras-chave relacionadas nas tendências do Google, nomeadamente relativas a medidas a tomar. Soluções desinfetantes para as mãos (hand sanitizer) lideram sem contestação as pesquisas, seguindo-se as máscaras, lavar mãos e distanciamento social.
Segundo dados da Sprinklr, analista especialista em medir tendências nas redes sociais, citado pela Vox Recode, foram registadas quase 20 milhões de menções a termos relacionados com o coronavírus, apenas no dia 11 de março. Em comparação, a menção a Trump não passou de 4 milhões no mesmo dia, e o cancelamento da NBA “apenas” 2 milhões nesse período.
Todas as redes sociais estão a registar mais tráfego, até porque muitas empresas estão a adotar o teletrabalho, o que obriga a encontrar formas alternativas de comunicação entre as equipas. A partir da próxima semana as escolas vão encerrar e muitas empresas abertas ao público vão diminuir a sua atividade. Tudo isso contribui para uma sobrecarga nas redes sociais, pois vai haver mais pessoas em casa a utilizar a internet.
Essa necessidade terá mesmo levado, não só em Portugal, como um pouco por todo o mundo, a medidas extraordinárias e até generosas das empresas de telecomunicações a oferecer dados de navegação. Em Portugal, as principais operadoras vão oferecer a partir do próximo dia 17 de março 10 GB de dados e uma mensalidade dos canais desportivos, para colmatar a “obrigação” de ficar em casa.
As medidas baseiam-se na experiência que a Itália está a experienciar, uma quarentena a nível nacional agressiva. A proibição da circulação das pessoas na rua, levou os jovens a entreterem-se com os jogos online, como Fortnite e Call of Duty. Segundo avança a Bloomberg, a operadora nacional italiana SpA referiu que houve um aumento de tráfego de dois terços, nas últimas duas semanas. A isso junte-se as aplicações relacionadas com o trabalho em casa e chamadas de conferência. As plataformas de streaming, como a Netflix, estão a registar aumento no seu tráfego, pela necessidade de os jovens passarem o seu tempo.
O mercado das videoconferências também disparou, tendo sido requisitadas upgrades na largura de banda, considerando que muitos países estão a fechar fronteiras, como os Estados Unidos, levando às empresas aéreas a cancelar milhares de voos previstos. As reuniões virtuais estão assim a substituir os encontros físicos, e como tal, obriga ao consumo de banda larga.
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