As receitas do mercado de smartphones cresceram 15% no terceiro trimestre deste ano, para um pouco mais de 100 mil milhões de dólares e a Apple conseguiu arrecadar 43% deste bolo, a maior fatia de sempre para a dona do iPhone, nos três meses entre julho e setembro.
Os dados compilados pela Counterpoint mostram que a Apple conseguiu atingir este recorde, mesmo com a edição mais recente do iPhone a apanhar menos uma semana do trimestre em análise, face ao ano passado. O iPhone Pro Max foi a versão que mais contribuiu para este feito da Apple, já que tem sido a opção mais vendida, entre os novos iPhone 15. Por comparação com a Samsung, líder de mercado em volume de vendas, a quota da Apple está 26 pontos percentuais acima da da concorrente, que fica nos 18%.
Os números apurados pela Counterpoint mostram ainda que, embora este seja um trimestre histórico para a Apple, o peso das receitas de vendas da empresa no mercado global não se alterou significativamente, face ao ano passado.
A explicação está no ressurgimento em força de alguns concorrentes e do foco generalizado dos fabricantes na receita por equipamento, uma estratégia que se tem afirmado depois da pandemia, para responder à quebra no volume de vendas.
Assim, a quota global da Apple em termos de receita acabou por se manter estável, num bolo que ganhou tamanho, graças às novas ofertas de operadores como a Huawei ou da Honor e ao maior foco de outros OEMs chineses na rentabilidade, como têm feito a Xiaomi e a Oppo.
“Consequentemente, os proveitos globais com smartphones atingiram um máximo histórico, sinalizando ainda mais a forma como o mercado dos smartphones se ajustou à tendência pós-pandémica de diminuição do número de produtos enviados para as lojas”, sublinha Harmeet Singh Walia, analista senior.
A Samsung também conseguiu melhorar o preço médio de venda dos seus smartphones em 4%, face aos mesmos três meses do ano passado, graças à performance de vendas equipamentos como o Galaxy Fold 5 e ao interesse que o topo de gama S23, nas suas diferentes variantes, continua a gerar. Esse efeito foi, no entanto, atenuado pela diminuição do volume de vendas, já que o número de equipamentos enviados para as lojas caiu 8%.
Noutros fabricantes do top5 mundial, os mesmos elementos baralham as contas finais do trimestre. A Oppo tem conseguido melhorar a rentabilidade das vendas com produtos de segmentos elevados, como o dobrável Find N2 Flip, líder de vendas na China. Não conseguiu ampliar ainda o efeito desta estratégia de valorização, porque as vendas nos mercados internacionais caíram, empurrando as vendas de smartphones da marca nos primeiros nove meses do ano para os valores mais baixos desde a pandemia.
Outra “vítima” da redução do volume de vendas no trimestre foi a vivo que, como explica a Counterpoint, não conseguiu acompanhar as promoções agressivas dos concorrentes Honor e Xiaomi no seu mercado doméstico e acabou por diminuir em 12% os proveitos associados às vendas de smartphones no trimestre terminado em setembro.
A Xiaomi foi a única fabricante a conseguir melhorar os proveitos com a venda de smartphones, tanto na comparação com os três meses anteriores, como na comparação homóloga, graças à performance na China e na Índia. Fê-lo combinado duas estratégias: a aposta em modelos premium e em modelos mais baratos e com bons descontos para estes mercados emergentes, ganhando volume de vendas.
Os números apurados no penúltimo trimestre aumentam a expectativa para perceber onde pode chegar a Apple com a mais recente versão do iPhone. O Natal, período de excelência do ano para as compras de eletrónica, é o derradeiro teste, mas a empresa já parte com avanço. Na China, as vendas do iPhone 15 começaram mais fracas que noutros anos, mas a Counterpoint acredita que podem recuperar nesta reta final do ano.
Resultados da Apple mostraram abrandamentos de todas as vendas de hardware, menos do iPhone
A Apple acaba de revelar os resultados financeiros do ano fiscal terminado precisamente no final de setembro, com os lucros a caírem 2,8% para 96,9 mil milhões de dólares e as receitas a fixarem-se nos 383,3 mil milhões, menos 3% que no ano passado.
No trimestre terminado em setembro os lucros cresceram 10,8%, para 22,9 mil milhões de dólares, acima das expectativas do mercado. Já a faturação mantém a tendência de queda (menos de 1%) pelo quarto trimestre consecutivo, para 89,5 mil milhões. Como explicou a empresa com a apresentação dos resultados, esta queda espelha uma diminuição das vendas em todos os segmentos de hardware, com exceção do iPhone.
Neste período, as vendas do smartphone da Apple cresceram 2% para 43,8 mil milhões de dólares.
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