A European Competitive Telecommunications Association (ECTA) alerta que a proibição e fornecedores de 5G chineses, como a Huawei ou a ZTE, por motivos geopolíticos poderá ter graves consequências económicas, indicando que que "tais decisões só podem ser justificadas com base em fatos comprovados".

Em comunicado, a associação defende que uma redução no número de fornecedores de 5G teria um impacto negativo no setor das telecomunicações ao aumentar os custos, afetar o desempenho, atrasar a implementação da tecnologia e restringir o potencial a nível de inovação.

O impacto da proibição poderá também traduzir-se numa redução da capacidade das empresas e instituições públicas, assim como da sociedade civil, em disponibilizar novos serviços digitais e fomentar o crescimento e recuperação da economia.

A ECTA argumenta que se o acesso a determinados fornecedores não foi garantido numa base equitativa para todas as operadoras há o risco de perturbar a concorrência e fazer com que determinados Estados-membros tenham uma vantagem injusta em relação a outros.

A associação afirma que a Toolbox da Comissão Europeia fornece uma estrutura adequada para responder às questões de segurança que afetam as redes do futuro, respeitando a soberania europeia e nacional.

O comunicado da ECTA surge após a França ter imposto restrições aos equipamentos da Huawei e de as operadoras belgas Orange Belgium e Proximus decidirem substituir a empresa chinesa pela Nokia como fornecedora, avança a Reuters.

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Recorde-se que os Estados Unidos têm vindo a fazer pressão sobre os seus aliados para que deixem de usar equipamentos da Huawei. Recentemente, a utilização da tecnologia 5G da fabricante chinesa esteve no centro de uma entrevista a George Glass, embaixador norte-americano em Lisboa, que alertou que escolher a China em questões como a quinta geração de redes móveis pode ter consequências em matéria de Defesa.

Em resposta, Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros, afirmou que, em Portugal, “quem toma as decisões são as autoridades portuguesas, que tomam as decisões que interessam a Portugal, no quadro da Constituição e da lei portuguesa e das competências que a lei atribui às diferentes às diferentes autoridades relevantes”.