Nos últimos dias as criticas ao regulamento do leilão do 5G que a Anacom apresentou no dia 5 de novembro, com ameaças dos operadores de congelarem investimentos e recurso aos tribunais para travar o processo que consideram lesivo para os interesses do sector e da economia. Hoje um encontro da ACIST, que decorreu online, tornou-se o palco para a troca de argumentos.
João Cadete de Matos, presidente da Anacom, falou logo na abertura e explicou as opções do regulador para o leilão, dizendo que espera que “todos os que estejam interessados em investir” no 5G “apresentem candidaturas”. Reafirmou a necessidade de concorrência e a insistência no roaming nacional, um dos pontos de discórdia com os operadores.
Ainda durante a manhã, Mário Vaz, CEO da Vodafone Portugal, afirmou que a Anacom "está em contramão", o que é perigoso, e que este ambiente é desincentivador do investimento. "Estamos perante condições que obrigam os nossos acionistas a revisitar a sua aposta no nosso país", sublinhou.
Também Alexandre Fonseca, presidente e CEO da Altice Portugal, não poupou nas palavras para criticar as opções tomadas pela Anacom no leilão do 5G, voltando a apontar João Cadete de Matos como responsável pela ameaça ao sector e o atraso nas telecomunicações que Portugal vive. "Este ataque que o regulador, na pessoa do seu presidente, tem feito ao nosso sector é uma ofensa às dezenas de milhares de profissionais que todos os dias desenvolvem o trabalho de forma séria na área das telecomunicações", refere.
Para o CEO da Altice Portugal, Cadete de Matos não tem condições para continuar a liderar um organismo onde é necessária razoabilidade, equilíbrio e competência, dizendo que existe da parte do regulador "um objetivo egoísta de protagonismo".
A empresa está a rever a estratégia de investimentos em Portugal e pondera não ir a concurso, admite Alexandre Fonseca, que afirma que só conhece uma candidatura até agora, e que seria "uma vergonha para o sector, e para o país, se o leilão ficar vazio de participantes ou se o espectro atribuído ficar muito aquém do disponível".
Alexandre Fonseca desmontou também o argumento do roaming nacional, lembrando que onde não há rede vai continuar a não haver rede, e que este acesso às estações de telecomunicações só vai permitir que operadores que não investiram entrem à boleia do investimento dos outros.
As condições consideradas privilegiadas para a entrada de outros operadores foram também novamente alvo de críticas, com o CEO da Altice a defender que estes são "operadores parasitas, que não investiram um euro em Portugal" e que vão usar as redes sem obrigações, para tirar valor do mercado ,e "quem sabe voltarem a desaparecer do mercado daqui a alguns anos deixando marcas indeléveis no sector e na economia".
O caminho da litigância é o "único possível", afirma Alexandre Fonseca, que afirma também que este é "provavelmente o momento mais negro das telecomunicações em Portugal" com um efeito devastadores para a economia, a sociedade e o emprego em Portugal
"Esta Anacom e em particular o seu presidente fazem mal a Portugal, aos portugueses e ao clientes de telecomunicações", sublinha.
Nota da Redação: A notícia foi atualizada com mais informação. Última atualização 21h10
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