A OutSystems já está no mercado há quase 18 anos, nascendo em 2001 como uma startup, mas foi nos últimos anos que o crescimento da empresa de origem portuguesa acelerou de forma rápida, passando a integrar os rankings de topo das consultoras na área de low code. E a versão 10 da plataforma OutSystems foi um grande passo nesta mudança, transformando o desenvolvimento de aplicações móveis e mudando a economia da construção de grandes sistemas centrais, aplicações e serviços de suporte com a emergência do omnichannel, como lembrou Paulo Rosado, CEO da Outsystems. Agora a empresa quer voltar a revolucionar o mercado e para isso colocou todas as fichas na versão 11 da plataforma Outsystems, que já está disponível.
Na abertura do NextStep, o evento anual da OutSystems, que decorre hoje e amanhã em Amesterdão, Holanda, Paulo Rosado revelou o objetivo da empresa que recentemente atingiu o estatuto de unicórnio, depois de uma nova ronda de investimento no final do primeiro semestre, e de um crescimento de 63% nas receitas no segundo trimestre de 2018. E o objetivo é simples, é o Santo Graal da tecnologia e do desenvolvimento: “extreme agility”, a plataforma perfeita que vai conseguir resolver um dos problemas que a OutSystems identifica nos clientes e na base instalada de software, que é gerir os sistemas legacy e o software já ultrapassado que continuam a consumir grande parte do orçamento dos departamentos de Tecnologias da Informação.
“70% dos orçamentos de TI ainda são focados em ‘manter a luz acesa’, com sistemas legacy que têm 15 a 20 anos. Muito dinheiro vai para aí, e estas são plataformas muito caras de manter”, explica Paulo Rosado. Mas o que é assustador é que esta é uma tendência que vai continuar, e daqui a alguns anos o que está a ser feito agora vai engrossar estes números.
“Uma afirmação da Gartner mostra que, em 2023, 90% das aplicações ainda não serão suficientemente modernas e nós suportamos esta ideia”, sublinhou Paulo Rosado perante uma plateia de cerca de 2.000 pessoas, entre clientes, parceiros e programadores que integram a comunidade da OutSystems.
“O ritmo da mudança das empresas está a acelerar. E o que podemos ter a certeza é que teremos de renovar uma grande porção do negócio nos próximos 3 anos, mas não sabemos como e o que fazer, os eventos estão próximos dos sistemas caóticos, as organizações têm de se mover muito rápido para reinventar o negócio e as empresas”, defende o CEO da OutSystems.
A empresa acredita ter reunido na versão 11 da plataforma as componentes fundamentais para ajudar as organizações nesta transformação e alcançar a agilidade necessária para estarem preparadas para a mudança. Paulo Rosado usou analogias com a indústria automóvel para mostrar como a plataforma é feita de muitas partes e não um monólito, permitindo criar de forma mais rápida uma solução que responda às necessidades das empresas, suporta microserviços, coloca o design de utilizador em primeiro lugar e garante ciclos de entrega independentes.
“A nova plataforma ajuda as organizações a lidarem com as suas aplicações obsoletas de uma forma diferente, a promover a agilidade ao longo do tempo”, adianta Paulo Rosado, afirmando que torna mais simples a mudança para um modelo operacional totalmente novo, em que uma redes de serviços consegue garantir o suporte a várias linhas de desenvolvimento independentes e alinhadas com as necessidades das organizações.
Uma mudança que fala em português, mas também muitas outras línguas
Em Amesterdão a OutSystems reuniu mais de 2 mil pessoas para a conferência anual, uma semana depois de ter feito um evento semelhante nos Estados Unidos, em Boston. Entre clientes e parceiros é comum ouvir falar português, há boas ideias “made in Portugal” da Noesis, Deloitte, Glintt e Roff, entre outras, mas também casos de sucesso nacionais que subiram ao palco, como o da transformação digital da EDP e da Fidelidade, em sessões de “Courageous Leaders”.
Apesar de ter começado em Portugal e de manter esse ADN, com operações robustas de I%D e Centros de competências no país, hoje a Outsystems é uma empresa internacional, e está em mais de meia centena de países, com operações, parceiros e clientes nos vários continentes, o que demonstra o seu crescimento e faz com que se falem muitas línguas.
A empresa ultrapassou recentemente os 1.000 clientes, um número que Paulo Rosado referiu com orgulho, e que é resultado de um esforço de internacionalização, mas também de trabalho com equipas locais e aposta nos parceiros, desde marcas de grande dimensão como a Deloitte, Capgemini, GFI e KPMG a empresas de menor dimensão que fazem a instalação da plataforma Outsystems nos clientes e ajudam a desenvolver as aplicações.
“Alguma coisa estamos a fazer bem”, como admitiu em entrevista ao SAPO TEK Rui Pereira, Vice Presidente da Outsystems questionado sobre as razões que sustentam o crescimento da empresa e a sua valorização para chegar ao estatuto de unicórnio. E o objectivo é continuar a crescer, respondendo às necessidades dos clientes.
A estratégia está alinhada com as tendências de mercado, e Andy Kyte, da Gartner, deixou bem claro num dos keynotes mais cheios de alegorias que o mundo do IT mudou, e que não serve atirar coisas para cima da confusão que já existe (e as palavras que usou foram mais cruas) ou apostar nos dinossauros zombie. “Os CIOs estão a voar às cegas. Sempre que pergunto quantas apps têm a resposta é “cerca de…”. Isso não é resposta […] gostamos de fazer bebés mas não praticamos a parentalidade responsável”, defendeu o executivo da Gartner. Para muitas empresas a solução passa por se afastarem do software monolítico e mudar para soluções orquestradas, e embora não tenha referido claramente a plataforma a OutSystem e o termo low code estes são os princípios que encaixam nesta nova lógica.
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