Para assinalar um ano desde a primeira declaração do Estado de Emergência em Portugal, a SIBS divulgou um relatório sobre a evolução do consumo no país nos últimos 365 dias, demarcando as diferentes fases da evolução da pandemia de COVID-19. Os dados baseiam-se no SIBS Analytics, englobando um conjunto de indicadores que permitem compreender melhor as consequências da pandemia, nas suas diferentes fases ao longo do ano, desde o primeiro confinamento, ao segundo e respetivas fases intermédias na recuperação.

Nos números divulgados, o destaque vai para o comércio digital, que já representa 18% do total de compras eletrónicas em Portugal, que segundo a SIBS praticamente duplicou face ao período pré-pandémico. Há ainda um aumento do peso dos pagamentos digitais, destacando-se o MB Way a partir do telemóvel, num crescimento de 2 a 4 vezes superior que o anterior período homólogo, tanto nas compras online como nas lojas, o que reforça a preferência do consumidor em reduzir o contacto físico nas transações. O MB Way foi utilizado 4 em cada 10 compras com cartão durante o segundo confinamento (39%), comparado com apenas uma em cada 10 compras (12%) no período pré-pandémico.

“O peso do comércio digital no total das compras subiu de 10% no ‘Antigo normal’ para 18% no 2º período de confinamento, sendo superior aos 15% registados no 1º confinamento, demonstrando uma crescente adoção do canal digital”, salienta a SIBS.

Veja na galeria a evolução dos pagamentos durante os dois confinamentos no último ano:

O primeiro confinamento revelou ser a fase mais agressiva de travagem do consumo nos últimos 365 dias de pandemia. A SIBS refere que a variação homóloga no 2º confinamento (-19,2%) foi aproximadamente metade do valor registado no 1º confinamento (-40,4%), no total de operações (compras físicas, compras online e levantamentos), “o que poderá indicar uma certa adaptação dos consumidores e empresas ao contexto de pandemia, com alterações estruturantes e com os serviços não presenciais a afirmarem-se como uma tendência que veio para ficar”.

O estudo refere que nas compras físicas houve uma quebra menos acentuada no segundo confinamento, quando comparado com o primeiro. “a variação homóloga foi de –29% de meados de janeiro a meados de março de 2021, enquanto no período de março a maio de 2020, assistimos a uma variação de aproximadamente metade (-47%). Neste segmento, referir ainda que, durante os períodos de confinamento, os portugueses preferiram o dia de sábado, pelas 12 horas, para realizarem as suas compras”.

Também as compras internacionais registaram quebras durante o ano, segundo o estudo dos movimentos de cartões estrangeiros em Portugal. Durante o segundo confinamento registou-se uma redução de 73% das compras, face aos 87% do primeiro.

Por outro lado, o comércio local, como mercearias e minimercados, produtos alimentares, bebidas e tabaco, foi o sector que mais cresceu no que diz respeito às compras físicas, sendo mesmo a exceção da regra na quebra do consumo. Foi mesmo um período de crescimento face ao período anterior à pandemia. Já os transportes de passageiros, moda & acessórios, restauração e alojamento registaram quebras acima dos 50% face ao mesmo período do ano anterior, salientando-se a redução de visitantes de fora em Portugal.

Nas compras digitais, os setores de comércio alimentar & retalho e material desportivo & recreativo cresceram mais rapidamente, sendo o comércio online a alternativa à quebra registada nas compras físicas. Neste caso, o comércio alimentar & retalho cresceu 109% neste canal no 1º confinamento e 97% no 2º, enquanto o setor material desportivo & recreativo aumentou ainda mais: 114% de consumo no 1º confinamento e 190% no 2º. Os transportes de passageiros foram o setor mais afetado negativamente nas compras online, registando quebras de 75% e 52% no 1º e 2º confinamento, respetivamente.