Na semana passada Elon Musk comparou a situação financeira do Twitter a um avião que voa em direção ao solo a alta velocidade e admitiu que em 2023, a empresa vai enfrentar perdas na ordem dos 3,5 mil milhões de dólares.
Desde que comprou a rede social que o multimilionário tem lançado alertas sobre a situação financeira da empresa. Uma das principais razões para os despedimentos, que reduziram em 70% a força de trabalho da empresa desde que Musk tomou o controlo do Twitter, é aliás essa. Mas a medida não será suficiente e fontes próximas ao processo garantem que as decisões para cortar custos continuam e tocam várias áreas, ao mesmo tempo que avançam esforços para convencer investidores que acompanharam Musk na compra da plataforma, a aplicarem mais fundos para salvar a empresa da rutura financeira.
Fontes citadas pela Business Insider revelam que alguns serviços já foram descontinuados para reduzir custos. É o caso do Moments, lançado em 2015, que seria mantido sobretudo pela equipa de curadoria do Twitter, que saiu quase toda da companhia nas primeiras semanas da liderança de Musk.
Em discussão estará também o fecho do Voice Tweets, funcionalidade que permite partilhar mensagens de voz, lançada em 2021, ou uma revisão do Explore. Segundo o Insider, o objetivo é reduzir o âmbito desta funcionalidade de pesquisa a dois separadores (ficam Tendências e Para Si, saem categorias como Notícias, Desporto ou Nacional) e relança-la, também com alterações de fundo que permitam uma melhor e mais rápida experiência de utilização, a par de uma gestão mais barata.
Recentemente o Twitter Spaces esteve também offline. Já voltou a estar no ar, mas informações internas indicam que, também neste caso, a funcionalidade vai ser redesenhada para poder ter custos de operação mais baixos.
Em debate estará ainda a possibilidade de fechar alguns escritórios da empresa, fora das principais cidades onde o Twitter marca presença, segundo fontes internas, que também asseguram que os despedimentos não acabaram. Continuarão a acontecer de forma regular e com o mesmo objetivo de reduzir custos. No início do mês de dezembro terá saído um grupo de engenheiros e antes do Natal outros 50 colaboradores, do departamento de infraestruturas.
As várias decisões têm merecido uma avalanche de memes
Entretanto, os sinais externos das dificuldades financeiras que moldam a gestão da empresa continuam a aparecer. Nos últimos dias foi notícia que o senhorio do prédio que acolhe a sede do Twitter em São Francisco lançou uma ação judicial contra a empresa, por falta de pagamento das prestações. Estarão em dívida cerca de 130 mil dólares.
A imprensa norte-americana refere que a situação é idêntica noutros escritórios da empresa e que por pagar estará também a conta de um conjunto de voos feitos por Musk logo depois de ter ocupado a presidência do Twitter. O valor desta dívida rondará os 200 mil dólares.
Os investidores que acompanharam Musk na compra da rede social já teriam sido contactados, com uma proposta de novo investimento na plataforma e uma oferta de ações ao mesmo preço que Musk as comprou, segundo a Insider.
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