As startups europeias acreditam que podem estar a desenvolver soluções mais robustas, mais criativas e mais preparadas para qualquer tipo de cenário, que as concorrentes norte-americanas.
Porquê? A geografia das cidades nos Estados Unidos é a primeira grande diferença, a disparidade de condições climatéricas entre cidades também pesa e o dinheiro disponível para investir em projetos numa e noutra região faz o resto.
A Reuters publicou uma reportagem onde fala com várias empresas locais sobre o tema. As startups europeias são unânimes em considerar que estão expostas a desafios bem diferentes das congéneres, a muitos níveis.
“Um carro treinado para conduzir nas estradas do Arizona não vai sobreviver nas ruas de Croydon, no Reino Unido. É um ambiente completamente diferente”, sublinha Alex van Someren, investidor da FiveAI. A empresa tem treinado o sistema que desenvolveu no Reino Unido e acredita que criar uma solução que funcione nos ambientes mais adversos pode ser a sua grande vantagem neste mercado, para chamar a atenção de novos investidores.
Chuva e ruas estreitas...o desafio europeu que pode transformar-se numa vantagem
Colocar a funcionar uma solução de condução autónoma nas ruas intrincadas de Londres, em dias de chuva é uma experiência bem diferente de operar um carro autónomo nas ruas largas e ensolaradas de Phoenix, onde circulam os veículos da Waymo, exemplificam as startups. Até a tecnologia acusa as diferenças.
O responsável de uma das startups contactadas pela Reuters, a Wayve, explicou que o LIDAR, uma tecnologia laser amplamente usada nestes sistemas para recolher imagens e informação sobre o que rodeia o carro, funciona mal em ambientes de chuva. Isso tem obrigado as empresas a procurarem soluções alternativas, que apostem numa combinação diferente de sensores.
Dados da CB Insights, apontados na mesma reportagem, revelam que na Europa o investimento privado em startups nesta área está a crescer, mas os números continuam muito longe da realidade nos EUA. No ano passado os novos projetos neste domínio captaram investimentos de 89 milhões de dólares, 2% do que captaram as startups nos Estados Unidos.
Estimativas do Boston Consulting Group indicam que os veículos conectados de alta tecnologias vão gerar 150 mil milhões de dólares em lucros adicionais para o sector em 2035.
A mesma fonte calcula que desde 2014 tenham sido investidos em novas soluções de mobilidade 70 mil milhões de dólares, um número que se refere apenas a investimento privado e que terá beneficiado 3.400 empresas
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