Depois da iniciativa da Meta para partilha de dados com bancos e instituições financeiras no Reino Unido, a Revolut pede agora que a empresa que é dona do Facebook e Instagram se comprometa a reembolsar as vítimas de fraudes.
O relatório hoje divulgado hoje pela Revolut mostra que as plataformas Meta continuam a ser a maior fonte de todos os golpes e fraudes, sendo responsáveis por 62% das fraudes relatadas à empresa nos primeiros seis meses de 2024. Burlas de compras continuam a ser as predominantes e as fraudes de emprego estão a aumentar.
O Facebook continua a ser a fonte mais comum de fraudes com pagamentos, sendo responsável por 39%, o que é mais do dobro da registada no WhatsApp, onde a Revolut indica 18% de casos. Em Portugal também o Telegram tem um peso significativo, com 29% dos casos de burlas.
Para a fintech, a iniciativa da Meta de partilha de dados com os bancos e instituições financeiras do Reino Unido está muito aquém do que é necessário para combater a fraude a nível mundial. "Mais uma vez, a atenção está a ser colocada nas instituições financeiras para que forneçam dados sobre as fraudes observadas nas plataformas Meta, em vez de a Meta investir mais na monitorização das suas próprias plataformas", afirma.
A iniciativa centra-se apenas no Reino Unido, mas "o problema é global e afeta consumidores e empresas em muitos países". "Continua a não haver qualquer compromisso de comparticipação no reembolso das vítimas defraudadas nas plataformas da Meta, apesar de a empresa poder vir a lucrar com anúncios falsos e fraudulentos", explica em comunicado.
As críticas estendem-se também a Portugal. Citado em comunicado, Woody Malouf, Head of Financial Crime da Revolut, diz que "estamos confiantes nas medidas que o Governo português está a tomar para combater a fraude, mas o que é urgente agora é que a Meta e outras empresas de redes sociais se comprometam a apoiar as vítimas de fraude da mesma forma que as instituições financeiras o fazem. O seu silêncio sobre esta questão diz tudo".
A empresa diz estar preparada para fazer a sua parte para manter os clientes seguros, mas avisa que "eles também o devem fazer". "Devemos ser a última linha de defesa, não a única", sublinha.
O relatório que a Revolut hoje divulgou conta com alguns números relativos às burlas em compras, que continuam a ser predominantes em todos os países, afetando 60% das vítimas em todo o mundo.
As burlas de emprego registaram um aumento dramático de 9% no final de 2023 para o dobro, chegando a 18% no final de junho de 2024, e isso representa agora uma percentagem significativa das burlas.
"Em Portugal: a burla de compra foi a mais prevalente, representando 45% de todas as burlas, seguida da burla de emprego e da burla de investimento", explica ainda a Revolut, indicando que estes dados estão em consonância com outros países do sul da Europa, com a Espanha e a Grécia, países onde se registaram 44% de burlas no momento da compra.
Nota da redação: Foi adicionada mais informação. última atualização 14h56
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