Quais são as tendências dos e-shoppers portugueses e o seu comportamento de consumo em lojas online? A DPD Portugal procurou traçar os perfis das tendências do comércio eletrónico a nível nacional e europeu num estudo referente a dados de 2019, considerando que em 2018, a Moda e o Calçado foram as categorias que mais cresceram em Portugal, seguindo-se os Frescos e Bebidas.

Ainda sobre o estudo do ano passado, este demostrou que portugueses estavam satisfeitos com a experiência geral durante as compras online e que o smartphone era o equipamento mais utilizado para fazer as transações. Para o estudo de 2019, o Brasil e a Rússia foram acrescentados ao benchmark, de forma a haver mais bases de comparação com outros países.

A DPDGroup obteve 26 milhões de euros de receitas, um crescimento de 2,4% face ao ano anterior. Há quatro áreas de negócio em que opera: o correio e encomendas representam 47%, sendo o correio tradicional apenas 25%. Os serviços digitais correspondem a 2%, o banco postal 21% e restantes negócios do grupo 30%. A empresa é considerada a segunda maior operadora postal na Europa e o terceiro do mundo. A receita da DPDGroup foi de 7,8 milhões de euros, num crescimento de 6,7% face a 2018. Foram entregues 1,3 mil milhões de encomendas em todo o mundo, mas a empresa refere a falta de motoristas qualificados como um dos grandes desafios. Foram entregues 5,3 milhões de encomendas por dia, com um pico de 9,3 milhões no Cyber Monday.

A área de negócio B2B do grupo continua a crescer em cerca de 9%. A Polónia cresceu, assim como o Reino Unido, mas o Brasil foi o que mais aumentou. A empresa refere que o grupo está completamente preparado para o cenário da saída do Reino Unido da União Europeia, embora ainda não saiba ao certo os efeitos práticos. O Grupo foi crescendo através de aquisições de diferentes empresas, ao longo dos seus 20 anos e tem também investido em plataformas capazes de sustentar as encomendas processadas. A empresa realça a troca de CEO da GeoPost de Paul-Marie Chayanne por Boris Winkelmann.

O grupo investiu também num sistema de pick up, ou seja, entregas em lojas na área de residência dos utilizadores, assim como entrega de produtos alimentares, liderado pela Chronofresh em Paris. Entregas em segway, em poucas horas, tem vindo a ser também uma aposta do grupo, com mais de 40 cidades a testar o conceito. Há ainda o shop to shop destinado a plataformas C2C, expedindo uma encomenda de um ponto pick up para outro pick up.

A DPDGroup destaca ainda o compromisso da redução de 30% de emissões de CO2 até 2025, dando o exemplo da Chronopost em Paris, que já tem uma redução de 85% de carbono. Tem também 139 veículos elétricos na frota do Reino Unido. A empresa está a pensar num novo sistema de logística para entregas urbanas, com alternativas de veículos de zero emissões. A empresa está também envolvida na medição da qualidade do ar, tendo Lisboa sido escolhida para o teste-piloto, com sensores colocados nas viaturas da frota da DPD, que medem as partículas finas e outros gases nocivos, dados que são passados à Câmara Municipal de Lisboa. Em breve, os portugueses vão ter esses sensores à porta da sua casa.

O comportamento dos portugueses nas compras online

O barómetro da DPD revela que as pessoas estão mais atentos às condições ecológicas e a empresa pretende corresponder a essas expetativas. Em Portugal, durante 2019 foram entregues 83.000 encomendas por dia, num total de 20,7 milhões no ano. Ao todo, a empresa tem 1.400 colaboradores e 600 circuitos de distribuição. As receitas foram de 72,3 milhões de euros, o que corresponde a um crescimento de 2,5%.

Relativamente à metodologia do barómetro, os dados são da GfK, baseando-se em 25 mil entrevistas online em 21 países europeus, Rússia e Brasil com amostras de 800-1000 por país. Em Portugal foram feitos mil inquéritos, embora não se tenha dados sobre quem de facto era português, mas sim, de quem compra em Portugal. 81% de todas as compras online, 35% são feitas por e-shoppers regulares. Em Portugal, 9,8% das suas compras são online, um pouco abaixo da média europeia que é de 13,5%. Dos inqueridos portugueses 82% das compras são feitas na Europa e 70% já compraram na China, o que revela que estão a comprar fora de Portugal, em médias bem acima da Europa.

Entre os três principais motivos para comprar online, 84% considera poupar tempo, 72% gasta menos dinheiro e 67% dos inqueridos referem que reduz o stress de comprar nas lojas. De salientar que 72% dos e-shoppers compram através dos smartphones, sendo a categoria Moda a principal procura. 11% dos portugueses estão subscritos em programas de fidelização de retalhistas online. Apenas 6% dos portugueses devolveram uma encomenda, número abaixo da média europeia (9%). Outro dado curioso é que 75% dos portugueses partilharam nas redes sociais o feedback, positivo ou negativo, das suas compras.

Relativamente às entregas, 76% dos e-shoppers recebem em casa, 30% no trabalho e 17% em Parcel Shops. 83% dos portugueses consideram que a entrega da sua última compra online foi fácil, o que os motiva a continuar a comprar em lojas digitais. As informações em tempo real sobre o percurso da encomenda e o momento exato da sua entrega são das maiores preferências dos portugueses. A entrega no dia seguinte já não é tão importante para os portugueses, mas gostam de conhecer a janela horária das entregas.

O perfil dos e-shoppers "aficionados" representa 12% e são sobretudo as mulheres, que correspondem a 55% em Portugal, face aos 65% da média europeia, com idades com média de 41 anos. Este perfil adquiriu no último mês 6,7 encomendas em Portugal, sobretudo pela conveniência, destacando-se a Moda (76%), o Calçado (70%) e Beleza/saúde (58%).  Já o perfil "epicuristas" representam 13% e receberam 3,1 encomendas no último mês. O número de mulheres aumenta para 65% com média de idades de 40 anos e não se preocupam em pagar mais, se tornar a sua vida mais fácil. É este perfil que lança o mote ecológico, porque as empresas onde compram são responsáveis. O terceiro perfil, os eco-selectivos são aqueles que compram produtos que respeitem o ambiente, mas também são aqueles que procuram os melhores negócios. A China, Espanha e Reino Unido são os locais onde mais compram online.

O estudo revela ainda que 77% dos e-shoopers aficionados são fiéis aos websites onde fazem compras. 85% dos utilizadores seguem as marcas nas redes sociais, sobretudo no Facebook, YouTube, Instagram e Pinterest. Por norma, têm dois locais de entrega, sobretudo casa e trabalho.

Os Epicuristas compram várias categorias online, mas 62% é Moda, 37% Beleza, seguindo-se os Livros. 50% começaram a comprar online há menos de 5 anos. 75% investe em marcas que conhece, por serem mais confiáveis, e 87% estão sempre em movimento, ou seja não estão em casa. Já 87% procuram críticas e pedem recomendações antes de comprar. Os influencers e a confiança no website da marca são principais motivadores de compra. Apenas 5% dos compradores devolveram, e o número reduzido deve-se ao facto deste perfil consultar bem o processo de devolução caso seja necessário. 85% dos utilizadores consideram simples e sem esforço o processo de entrega, embora prefiram entregas em casa, sendo que 59% consideram importante conhecer a transportadora das suas encomendas.

Traçando o perfil dos eco-selectistas, a Moda continua a ser a principal categoria, seguindo-se a Beleza. 83% das compras são feitas na Europa, mas também se sobressai a China como o país onde mais compram, considerando que procuram sempre os melhores negócios. O fundamental é terem boas opiniões de amigos nas redes sociais. São muito conscientes onde aplicam o seu dinheiro, e quando notam que não existem condições de segurança, desistem das compras. Também este perfil prefere a entrega em casa e no trabalho e 89% consideram as entregas simples. Desejam seguir em tempo real as encomendas.

A DPDGroup conclui que com estes três perfis de e-shoppers é praticamente impossível criar uma solução eficaz para todas as pessoas, e por isso é necessário adaptar-se à multiplicidade de procuras. Salienta ainda que os portugueses compram cada vez mais no estrangeiro, considerando a facilidade com que as páginas de internet são traduzidas em tempo real.

Questionado sobre o abrandamento da economia derivado ao Coronavírus, Olivier Establet, CEO da DPDGroup salienta o impacto para o grupo será o mesmo que este venha a ter nos seus clientes. "Temos clientes que já nos avisaram que vão ter dificuldades no abastecimento", levando a empresa a fazer uma coordenação europeia, com atualizações semanais da quantificação. A situação em Itália, por exemplo, teve efeitos imediatos, pela rapidez de propagação. A empresa está a trabalhar perante diferentes cenários, dois deles de crise profunda de 4-12 semanas. Até porque cada um dos três perfis compra sobretudo à China e será esse a origem das quebras que já se estão a notar.

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