Falando numa conferência sobre inovação organizada pelo Banco de Pagamentos Internacionais, Lagarde afirmou que a quantidade de rublos que foram trocados por criptoativos está "no nível mais elevado desde maio de 2021".

Lagarde considerou que os criptoativos são uma ameaça e foram uma ameaça no passado por servirem para transações duvidosas e criminosas.

Agora estão a ser usados para evitar as sanções impostas à Rússia por ter invadido a Ucrânia, segundo a presidente do BCE.

Lagarde também observou que os refugiados ucranianos têm chegado a vários países com grívnias [moeda ucraniana] nos bolsos, que não podem trocar com rapidez nem em euros nem em outras divisas europeias porque a moeda ucraniana não tem um câmbio de referência.

A União Europeia (UE) e o BCE estão a tentar encontrar uma forma de os ucranianos que fogem do conflito trocarem o dinheiro que têm estabelecendo um mecanismo de câmbio que seja aceite pelos bancos e casas de câmbios.

Não há registo de envio de criptomoedas de Portugal para a Rússia
Não há registo de envio de criptomoedas de Portugal para a Rússia
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Apesar das criptomoedas serem apontadas como um meio para contornar as sanções económicas à Rússia, não existem relatos do envio bem-sucedido de ativos a partir de Portugal. Tanto as autoridades do sector financeiro, o Banco de Portugal como a Associação Portuguesa de Bancos, estão a acompanhar e a controlar de forma apertada qualquer tentativa de branqueamento ou envio de ativos para a Rússia.

Todas as entidades são obrigadas a reportar qualquer transferência ou tentativa de o fazer para a Rússia, sejam as entidades financeiras tradicionais como as plataformas de criptomoedas e estão previstas sanções a aplicar ao incumprimento, que caso não sejam aplicadas são consideradas crime. O Banco de Portugal está a supervisionar as instituições bancárias para que apliquem as respetivas ordens aprovadas.