A Altice Portugal partilhou hoje os seus planos de estratégia para os próximos anos, procurando consolidar a sua liderança em todos os segmentos de mercado, de forma a assegurar a rentabilidade financeira e operacional da empresa. Para tal, a presidente executiva da Altice Portugal, Ana Figueiredo, partilhou as quatro grandes áreas onde a empresa vai centrar a sua atuação nos próximos anos: Pessoas, Tecnologia, Inovação e Sustentabilidade, que assumem os pontos cardiais de orientação para o seu futuro.
E para tal quer liderar em todas as suas áreas de atuação, sendo mesmo uma referência na indústria da I&D, sustentabilidade e engenharia nacional. A empresa afirma que a Altice é o operador preferido dos portugueses nos últimos três anos consecutivos e pretende manter aumentar a qualidade do serviço para responder às necessidades dos seus clientes, mas por outro lado, procurando ditar e antecipar as tendências. Afirma ainda que a sua tecnologia de inovação é utilizada por 300 milhões de pessoas a nível global.
Em retrospetiva de 2022
Ana Figueiredo destaca que chegou a Portugal há um ano, depois de oito anos fora, e ficou surpreendida pela forma como cresceu, começando com dois fundadores no sul de França, expandindo-se depois para países como Israel, Portugal e República Dominicana, onde liderou durante quatro anos. Salienta que a empresa é mais que uma empresa de telecomunicações, expandindo-se em conteúdos, entretenimento e canais de televisão. Tem uma das maiores plataformas de marketing digital, a TIT. A Engenharia e infraestruturas, diz que serve mais de 30 milhões de clientes, dizendo que não tem parado de crescer e investir. Tem sido um crescimento exponencial nos últimos 20 anos, assumindo riscos em receio, afirmando que remodelou o "playbook" que tem sido seguido por outros players a nível internacional.
A Altice escolheu Portugal para a criação do hub tecnológico de Aveiro, para servir as suas sucursais em todo o mundo. Afirma que tem 8 milhões de clientes e é o maior prestador de serviços de país. "Os nossos clientes querem serviços 24/7 e isso faz com que tenhamos abrangência em todo o país". Diz ser o operador que mais adquiriu 50% dos net heads do mercado. Tem também quase 50% da quota de mercado de receita. A sua capacidade de investimento, referindo que todos os anos investe 500 milhões. Em termos de I&D investe 80 milhões por cada ano.
A empresa diz que tem vindo a diversificar o seu portfólio, com a Godesia, Intelcia, Meo Energia, FastFiber e MEO Blueticket, esta última adquirida em 2020 durante a pandemia. O Altice Labs diz que muitos dos grandes players mundiais utilizam um router "made in Portugal", criado pela empresa. Exporta para 60 países, sendo que 85% das suas receitas são feitas fora de Portugal. A empresa diz ser o único operador português com o know how global na indústria dos cabos submarinos. "Amarramos Portugal ao resto do mundo através de alguns cabos submarinos". A empresa diz que é atualmente mais sólida do que há 8 anos, quando adquiriu a Portugal Telecom. E diz que reduziu a sua dívida.
Sendo um dos maiores agentes económicos do país, afirma que tem uma cobertura de 90% de 5G e 99,8% de 5G, afirmando que para a Altice não importa quem tem mais cobertura, mas sim quem tem a maior qualidade. Vai chegar a Pedrogão Grande com cobertura 5G no próximo mês. Pretende chegar a 95% de cobertura em toda a população, mas não esquece o investimento que ainda está a ser feito no 4G. A Altice Portugal tem 6.500 diretamente, mas chega a Portugal a 15 mil pessoas indiretamente e se contar com as pessoas fora do país, o número cresce para 20 mil. A Empresa opera o TDT, a rede SIRESP e o SNS 24. Vai ser parceiro da Jornada Mundial da Juventude, WebSummit e vai chegar o Submarine Summit 2023, evento dedicado aos cabos submarinos que vai reunir os especialistas em todo o mundo.
No sector do audiovisual investe 10,7 milhões de euros por ano, mais de 100 milhões no mercado de conteúdos nacional e internacional e diz ser o terceiro maior anunciante do país. No desporto investe em diversas modalidades também. Na área da sustentabilidade, a MEO Energia promove 100% de energia verde. Tem mais de 500 mil pessoas abrangidas nos projetos ligados a inclusão digital. E a Fundação Altice teve um investimento de 6 milhões.
Em retrospetiva, Ana Figueiredo diz que a guerra na Ucrânia não estava nos seus planos. Mas refere conquistas, como a qualidade de serviços e segundo dados da Anacom, é a que tem menos reclamações por mil clientes (0,9), o que é metade dos seus concorrentes diretos. A empresa lançou diversas ofertas como o Meo Care, o Meo Go, o metaverso (o qual começou a experimentar esta realidade) e o Altice Labs continua a desenvolver tecnologia, como a primeira operação de cancro de mama com recurso de 5G. Nos cabos submarinos, investiu no Equiano da Google, no 2Africa do Facebook e numa nova Carrier House num investimento superior a 2,4 milhões de euros. A Geodesia intercionalizou-se para a Alemanha, exportando o seu know how para o país, que diz estar atrasado em relação a Portugal, com cobertura abaixo dos 50%. Tem 6 milhões de casas com a Deutche Glasfaser e um consórcio com a Vodafone para mais 7 milhões de casas na Alemanha.
A Altice diz que 90% do consumo de energia vem de fontes renováveis e tem mais 50% de autoprodução de energia face ao ano anterior. A Fundação Altice teve um investimento de 3,5 milhões de euros. Em termos da sua performance financeira, teve receitas de 25,7% no terceiro trimestre de 2022. O EBITDA cresceu 7,5% e o CAPEX desceu 4,8%. O EBITDA - CAPEX cresceu 23,4%.
O contexto macroeconómico extraordinário que se faz sentir, a Altice diz que já sente o efeito da receção há mais tempo, com o aumento do custo de energia, custo dos equipamentos, a disrupção das cadeias logísticas, assim como o aumento dos custos de financiamento. Houve uma necessidade de investimento, salientando que por exemplo, o gaming é das áreas que mais peso faz nas redes de telecomunicações. Afirma que a nível europeu (ETNO), as operadoras têm um maior esforço que representa 20% das receitas, em média dos últimos seis anos. Estima-se que até 2030 os operadores tenham investido 500 mil milhões de euros.
"Em Portugal estamos melhor posicionados porque já fizemos a maior parte dos investimentos que eram para ser feitos na fibra ótica", salienta Ana Figueiredo. Nos últimos 10 anos, o sector das comunicações eletrónicas teve um investimento de 20% em Portugal. Como país diz que tem 91% das casas com capacidade muito elevada de conetividade (FTTH) e a taxa de penetração de ligações acima dos 100 Mbps é de 60%, com 30% acima da média da União Europeia.
Nas tendências globais, Ana Figueiredo diz que vai haver uma disrupção da indústria. Dá o exemplo que o Messenger compete na voz e texto com a Altice, mas não tem as mesmas obrigações que a Altice. A empresa diz que tem de continuar a investir nas redes de última geração, com a exigência cada vez maior dos clientes na qualidade dos vídeos, por exemplo. Existe uma pressão sobre a rentabilidade das Telco, assim como uma separação entre ServCo e NetCo. Outra tendência é a "guerra pelo talento", a procura de competências, que diz ser uma guerra sua, uma vez que na Europa há problemas de demografia. Há uma escassez de pessoas para abraçar os projetos, mas também de competências digitais. Por outro lado, há uma consolidação no sector na Europa, para manter a competitividade e cumprir com metas da digitalização.
Um novo ciclo para 2023 para conduzir a empresa até 2030
Para o futuro, pretende ajudar a impulsionar a transformação digital de Portugal, através de tecnologias como o 5G e 6G, comunicações quânticas, Wi-fi sensing, e-health & Home Care e Home IoT. E até 2030, a empresa propõe-se a cumprir as metas de redução de 90% das emissões de carbono e respeitar a economia circular em 50% das suas vendas. Na inovação, pretende registar 100 patentes de projetos da Altice Labs, diversificação do seu portfólio e expandir o seu negócio além-fronteiras.
Ana Figueiredo quer promover o talento no país e trazer de fora para Portugal, para sustentar o seu novo ciclo de reinvenção. "A partir de Portugal criamos ideias que depois exportamos para o mundo. Para o “pilar” Pessoas, a Altice diz que se compromete em captar e reter talento, investindo em novas competências. E assume o compromisso de ter 40% de mulheres em cargos de liderança até 2030. O objetivo desta visão é “ligar as pessoas a uma vida mais inovadora, inclusiva e sustentável”, afirma a empresa. Acrescenta ainda que ao elevar o potencial das pessoas, com o lançamento de projetos inovadores e tecnológicos que abrem novos horizontes e ao criar ideias sustentáveis, pretende liderar o futuro. A empresa pretende continuar a explorar a sua estratégia com a academia, assim como uma aposta no reskilling e upskilling.
Veja na galeria as imagens dos pilares da Altice Portugal:
Em sintonia com estes valores, a Altice apresentou também uma nova linha de comunicação da marca, assim como uma remodelação do seu website oficial. O novo ciclo da empresa pretende ser mais inovador e jovem, sem esquecer a “âncora do seu legado sólido”. Essa identidade materializa-se graficamente na comunicação da empresa, que diz começar de dentro para fora, ou seja na sua própria intranet e meios de comunicação internos. A empresa lançou ainda uma nova campanha institucional, ilustrada por um novo vídeo criado pela Dentsu Creative, intitulado "Altice has no limits", slogan que funciona como assinatura da marca.
Nota de redação: Notícia atualizada com mais informação. Última atualização: 17h00.
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