A Netflix apresentou os resultados do quarto trimestre de 2019 aos seus acionistas, revelando um final de ano muito forte, com um crescimento de 31% face ao mesmo período de 2018. No total, a receita de 2019 foi de cerca de 20 mil milhões de dólares, representando uma receita operacional de 2,6 mil milhões, um aumento de 62%. Durante este último quarto, a plataforma de streaming ultrapassou a barreira dos 100 milhões de membros com subscrições pagas fora dos Estados Unidos.
No quarto trimestre, a Netflix angariou um total de 8,8 milhões de novos assinantes, o mesmo que no ano anterior, um valor que a empresa refere como superior às suas expectativas de 7,6 milhões. Na Europa, a empresa conseguiu obter 4,4 milhões de assinaturas, num total de 52 milhões no território.
De notar que o crescimento da Netflix se dá num contexto onde outros serviços tentam obter uma fatia do mercado do streaming, nomeadamente a Disney+, a Apple, Amazon Prime e HBO, para destacar algumas. E mesmo assim, a direção da empresa de Reed Hastings manifestou-se muito otimista com os resultados e com os conteúdos disponíveis. A empresa revelou mesmo estatísticas baseadas no Google Trends para comparar as principais séries de cada plataforma. The Witcher eclipsou Star Wars Mandalarian da Disney+, o Morning Show da Apple e o Jack Ryan da Amazon.
Ainda sobre o sucesso estrondoso de The Witcher, a adaptação da saga do escritor polaco Andrzej Sapkowski, que durante o mês de dezembro fez igualmente disparar a trilogia de videojogos da CD Projekt RED, a empresa refere que “estamos perante a maior primeira temporada de uma série de televisão de sempre”, aproveitando para explicar como funciona o novo sistema de medição das estatísticas, para apurar o sucesso dos conteúdos.
A base da medição está no pensamento “Escolher ver” e contabiliza os utilizadores que correrem um episódio por pelo menos dois minutos, tempo que a plataforma considera como escolha intencional para ver algo. Sistema que a empresa admite inspirar-se nas métricas do YouTube, assim como os artigos mais populares do New York Times.
A nova métrica puxa as estatísticas em cerca de 35% face ao sistema anterior, que a Netflix considera desajustado para a atualidade, e explica no comunicado: “considerando que os episódios e filmes têm durações diferentes, desde pequenos episódios como o Special que dura 15 minutos ou longas metragens de 132 minutos, acreditamos que registar estatísticas de um agregado com base em 70% de um único episodio ou um filme inteiro, tal como temos feito, deixa de fazer sentido”. Com este novo formato os títulos de curta e longa duração são tratados da mesma forma.
Dando um exemplo de comparação das métricas, o documentário “O Nosso Planeta” de David Attenborough foi visto por 45 milhões de agregados, contra 33 milhões segundo o sistema antigo. E ainda dentro da nova métrica, The Witcher obteve 76 milhões de agregados que “optaram para ver” a série nas primeiras quatro semanas desde o seu lançamento. O filme 6 Underground de Michael Bay, protagonizado por Ryan Reinolds teve 83 milhões de visualizações no primeiro mês.
Para adoçar a apresentação de contas, a Netflix deixou para fim o catálogo que tem planeado para 2020, que incluem a segunda série de Altered Carbon (em fevereiro), Sex Education (já disponível) e Narcos: Mexico. De Espanha chega a série Elite, assim como a quarta temporada da Casa de Papel, e da Coreia há uma série de zombies baseado num período histórico chamada Kingdom. Há também novos filmes no horizonte, incluindo Spenser Confidential com Mark Wahlberg e a sequela To All the Boys: P.S. I Still Love You.
Por fim, não faltou à empresa o momento de "afagar o ego" com as nomeações dos seus oito filmes para os diversos prémios, incluindo as 24 nomeações para os Óscares, liderados pelo Irlandês, História de Casamento e os Dois Papas.
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