Há um acordo entre a Meta e Donald Trump para pôr fim ao processo do agora presidente dos Estados Unidos contra a rede social liderada por Mark Zuckerberg. A informação, não confirmada pelas partes, foi avançada pelo The Wall Street Journal que diz que a Meta aceitou pagar 25 milhões de dólares para pôr fim ao caso - mesmo sem nunca ter assumido culpa pública pela decisão bloquear o acesso de Trump ao Facebook, quando este falhou a reeleição para a Casa Branca no mandato anterior.

Segundo a informação disponível, a Meta vai encaminhar 22 milhões de dólares para um fundo de apoio à biblioteca presidencial. O restante servirá para pagar as despesas do processo.

Trump processou a Meta depois de ter sido bloqueado no Facebook e no Instagram, na sequência das publicações que convergiram na invasão do Capitólio, num processo que também envolvia o Twitter e a Google. Trump usou as redes sociais para dizer ao mundo que não aceitava a derrota nas presidenciais e para incitar à ação por parte dos apoiantes. Em resposta, a Meta (e outras redes sociais, como o ainda Twitter) bloqueou o seu perfil e manteve a decisão até 2024. Neste período, Trump fez muitas declarações duras sobre o Facebook e o seu papel alegadamente tóxico e parcial na sociedade americana.

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O presidente americano, antes de voltar ao cargo, chegou a afirmar que tinha mudado de ideias em relação ao bloqueio do TikTok no país, por perceber que isso só iria beneficiar empresas que também já têm um controlo excessivo, como a Meta.

Depois da reeleição, as relações entre a empresa, o seu líder e Trump, parecem ter entrado numa nova era. Mark Zuckerberg foi um dos convidados de honra da cerimónia de posse de Donald Trump, para a qual fez uma doação de 1 milhão de dólares. Nas semanas anteriores encontrou-se com o republicano na sua residência e a rede social tem tomado várias decisões que são consideradas resultado de alguma pressão de Trump, bem como um esforço para alinhar com as ideias do líder da nova administração.

Uma das mais polémicas foi pôr fim às parcerias com as plataformas de fact-checking que ajudavam a plataforma a validar a veracidade das informações publicadas. Como refere a CNN, na organização interna da Meta há outras mudanças que parecem ter também algum significado político.

A Meta elegeu recentemente Dana White, patrão da UFC e próximo de Trump, para o conselho de administração da companhia e promoveu um republicano destacado, Joel Kaplan, para outro cargo de topo na empresa, na área das políticas estratégicas. No início do mês, a empresa também pôs fim a vários programas na área da inclusão, igualdade e diversidade, amplamente criticados pelos conservadores republicanos.