Em 2019, o mercado de produtos de casas inteligentes registou na Europa o seu melhor quarto trimestre de sempre, mas a COVID-19 deverá afetar de forma significativa os próximos meses e o primeiro semestre de 2020. Os dados são da IDC, que estima que no quarto trimestre do ano passado foram colocadas no mercado quase 39,9 milhões de unidades. No entanto, para o segundo trimestre deste ano a previsão é totalmente diferente, com a consultora a acreditar que, pela primeira vez, o mercado irá sentir uma queda.
Os dados do último trimestre de 2019 significam um aumento de 20,4% em relação ao mesmo período em 2018. Quanto ao ano passado, contabilizando os 12 meses, a IDC fala num crescimento do mercado em 20%, com quase 107 milhões de unidades disponibilizadas.
Quanto aos números para este ano, o cenário muda totalmente. Embora a IDC acredite que os equipamentos domésticos inteligentes tenham potencial de crescimento contínuo, a previsão é um declínio da procura, sobretudo no primeiro semestre de 2020. "Os futuros desenvolvimentos irão depender da extensão das restrições em cada país devido à COVID-19", explica Jan Prenosil.
De acordo com Antonio Arantes, no primeiro semestre de 2020 o interesse em produtos deste sector irá diminuir, e, pela primeira vez, o mercado deverá registar uma queda no segundo trimestre deste ano em relação ao período homólogo. Quanto aos produtos mais afetados, a IDC destaca a categoria de entretenimento em vídeo, sobretudo as televisões inteligentes.
Como a consultora observa, o teletrabalho alterou as prioridades dos consumidores, com as próprias fábricas a enfrentarem também ela escassez de componentes. "Os consumidores estão a gastar mais dinheiro com equipamentos que melhoram as capacidades dos seus escritórios em casa, como monitores, laptops e câmaras", explica Antonio Arantes. Mas o cancelamento de grandes competições desportivas, como o Campeonato Europeu de Futebol ou os Jogos Olímpicos, também ajuda a explicar a menor procura.
Mercado das casas inteligentes no último trimestre de 2019. Amazon é quem mais coloca produtos no mercado
Tal como tem acontecido em trimestres anteriores, as colunas inteligentes foram o produto mais vendido na Black Friday e durante o Natal. Antonio Arantes, senior research analyst da consultora, garante ainda que, com os novos modelos lançados no último trimestre do ano, a Amazon continuou a ganhar importância no mercado, apoiada pelo bom desempenho de colunas inteligentes e digital media adapters, como conversores de vídeos ou streaming players.
De acordo com os dados, foi precisamente a Amazon quem mais colocou produtos no mercado no quarto trimestre de 2019, representando 19,4% do total. No top 3 estão ainda a Google e a Samsung.
A IDC destaca, em particular, o crescimento do mercado na Europa Central e Oriental em 2019. Comparado com 2018, verificou-se um aumento de 53,5%. Jan Prenosil, senior research analyst de equipamentos domésticos inteligentes, justifica este crescimento com a transição gradual para o novo standard de transmissão de vídeo digital terrestre, o Digital Video Broadcasting - Terrestrial.
Os destaques da IDC do último trimestre de 2019:
Equipamentos de entretenimento em vídeo
No quatro trimestre de 2019 foram colocados no mercado quase 21,1 milhões de unidades de equipamentos de entretenimento em vídeo, como as Smart TV, um crescimento de 10,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. A IDC acredita que esta categoria de produtos alcance as 81,4 milhões de unidades disponibilizadas em 2024.
Colunas inteligentes
As colunas inteligentes colocadas no mercado representaram 25,8% dos equipamentos no quarto trimestre de 2019, o que significa um crescimento de três pontos percentuais em relação ao mesmo período de 2018. A assistente virtual da Amazon, Alexa, continua a ser a líder, com uma participação no mercado de 58,3%, em relação a todos os outros dispositivos.
Iluminação, segurança, monitorização e termostatos
No último trimestre de 2019 foram colocados no mercado europeu quase 7,2 milhões de unidades, um aumento de 27,1% em relação ao mesmo período de 2018. Espera-se que essas categorias combinadas representem 31,3% do mercado total de casas inteligentes em 2024.
COVID-19 afeta mercado tecnológico, mas há exceções
Não há dúvidas que a COVID-19 está já a afetar o mercado tecnológico e não só no que diz respeito às casas inteligentes. No final de março, por exemplo, a Strategy Analytics deu a conhecer uma investigação na qual é referida uma queda acentuada na distribuição de smartphones a nível global. A quebra de 38% no mês de fevereiro, em relação ao mesmo período de 2019, é a maior de sempre.
O que se tem verificado em Portugal é que os portáteis e impressoras têm escapado à tendência negativa. De acordo com a GfK, na semana em que foi decretado o estado de emergência no país, a venda de bens tecnológicos teve uma queda abrupta de 18% no mercado nacional. Os smartphones e as TV foram as duas categorias com maior quebra, 54 e 34%, respetivamente, e a contrariar esta tendência negativa, as categorias ligadas ao Home Office registaram elevadas subidas nas vendas. A GfK refere em especial as impressoras multifuncionais que cresceram mais de 231%, e os computadores portáteis, com um crescimento de 62%.
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