Apesar da prevalência de esquemas fraudulentos ou até da utilização de criptomoedas para branquear capitais, um novo estudo elaborado pela Feedzai revela que a maioria das empresas não está a fazer uso da tecnologia disponível para mitigar as ameaças.

De acordo com o estudo, onde foram inquiridos 636 peritos, que representam 77 empresas a nível mundial, os esquemas de “mula de dinheiro”, ou "money mules" são vistos por 74% dos inquiridos como a ameaça mais comum no que respeita a branqueamento de capitais.

Segue-se a tática “Multi-Customer Cross Wallet Activity” (56%) , que permite movimentar dinheiro entre diferentes contas para evitar a deteção, com a utilização de criptomoedas (51%) a fechar o Top 3. Embora mais de metade dos inquiridos apontem a utilização de criptomoedas como uma das principais ameaças na luta contra a lavagem de dinheiro, apenas 26% das empresas monitorizam os riscos em torno das mesmas.

Os profissionais inquiridos acreditam que a partilha de dados reforça os esforços na luta contra a lavagem de dinheiro, no entanto, 19% admitem que as suas equipas de AML (Anti-Money Laundering) e fraude não partilham dados. Além disso, 15% admitem que não sabem se as suas equipas partilham dados.

Interpol: Crimes financeiros e informáticos são as principais ameaças
Interpol: Crimes financeiros e informáticos são as principais ameaças
Ver artigo

No que respeita aos desafios que os programas de luta contra a lavagem de dinheiro podem enfrentar ao longo dos próximos anos, 17% dos peritos questionados apontam para as constantes mudanças nos regulamentos AML, 16% para a utilização de criptomoedas e 7% para a implementação de produtos.

Os especialistas da Feedzai detalham que a maioria dos inquiridos acreditam que uma abordagem colaborativa de dados é crucial na luta contra o branqueamento de capitais. Segundo os dados, 61% dos inquiridos afirmam que a recolha automatizada de dados de múltiplos fornecedores será uma tendência de topo ao longo dos próximos cinco anos.

50% acreditam que a utilização de uma abordagem RiskOps na partilha de dados entre instituições financeiras poderá reforçar os esforços no combate à lavagem de dinheiro. No entanto, aumentar a partilha de dados entre os departamentos da empresa é um dos principais objetivos para 2022 de apenas 23% dos inquiridos, com 29% a apontarem para a criação de uma visão única do cliente.