Foi com emoção que Wuleta Lemma recebeu a notícia de que a Lalibela Global-Networks era a startup vencedora do Web Summit 2020, e não poupou agradecimentos. "Foram vocês que nos abriram os olhos, não estaríamos aqui se não fossem vocês [...] há dois anos nem sabíamos o que era uma alpha e uma beta", afirmou depois de ser informada do prémio.
A cofundador e CEO da Lalibela Global-Networks já tinha estado ao início da tarde no pitch final com a SwIDch e a Rheaply, as outras duas finalistas, a explicar o projeto e a responder às questões do júri que este ano contava com Cristina Fonseca, a fundadora da Talkdesk.
Esta é a terceira vez consecutiva que uma startup "medtech" vence o Pitch da conferência que tem servido para lançar muitas empresas e dar um destaque global aos projetos. No ano passado foi a Nutrix, o dispositivo suíço sem agulha para diabéticos que venceu o Pitch no Web Summit 2019 e no Collision from Home em junho deste ano o escolhido foi o projeto de monitorização de glicose GlucoActive que ganhou o prémio.
A Lalibela Global-Networks é uma startup da etiópia focada em tecnologia médica que desenvolveu o ABAY-CHR, um sistema que digitaliza os processos de gestão hospitalar e que pretende ajudar a poupar centenas de milhares de dólares em papel por ano, mas também agilizar o processo e facilitar o atendimento mais eficiente de doentes em África.
Só na Etiópia a startup já digitalizou 1,2 milhões de registos de pacientes, e quer alargar o seu projeto a outros países.
"Estou determinado a garantir que mesmo os pobres em África possam obter os serviços que a maioria de nós pode utilizar nos países ocidentais e orientais", afirmou a fundadora da empresa.
O sistema foi desenvolvido antes da pandemia da COVID-19 mas torna-se mais importante nesta fase. "Agora Covid-19 tornou ainda mais importante que as aldeias e clínicas privadas e governamentais possam usá-lo para os pacientes e médicos em África. A Covid mostrou que todos precisamos de um registo médico seguro. Eu sempre disse que isso é um direito humano".
As outras duas finalistas do Pitch deste ano foram a Rheaply, uma startup norte americana, e o SwIDch, uma empresa focada em cibersegurança com sede no Reino Unido.
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