O entusiasmo do mercado e dos investidores, com empresas ligadas à área da inteligência artificial, tem sido destacado por vários especialistas, principalmente pelos efeitos que tem gerado nas bolsas. Mais concretamente no preço das ações de algumas empresas e no consequente impacto nos índices que agregam empresas de tecnologia.

A Bloomberg olhou agora para estas contas noutra perspetiva, que torna ainda mais evidente a dimensão do fenómeno. Segundo esta análise, o Nasdaq Composite, que monitoriza o preço das ações de 2.500 empresas, na maioria tecnológicas, revela um crescimento médio de 32% na capitalização das suas empresas desde o início do ano. Como descobriu a agência, é preciso recuar quatro décadas para encontrar outro primeiro semestre com um crescimento deste porte. Mais concretamente, é preciso recuar até 1983.

Como tem sido referido, o mais impressionante é que há sete empresas que se destacam nestas contas, responsáveis pela grande parte deste crescimento e a maioria tem projetos na área da inteligência artificial que estão a esticar o seu potencial de crescimento para os próximos anos ou meses.

As convicções sobre a capacidade do mercado para “aguentar” este ritmo de crescimento é que continuam a não ser fortes. Não há previsões fatalistas de que está para chegar uma nova crise das dotcom, mas vários especialistas aconselham já prudência nos investimentos em empresas de inteligência artificial.

“Não acreditamos que a tendência à volta da IA seja uma bolha, mas estamos a avisar os investidores para serem seletivos no que diz respeita às ações relacionadas com IA, depois da forte subida que já tiveram este ano”, refere uma nota de research da UBS publicada recentemente e citada pela Business Insider.

Uma infografia preparada pela Statista, a partir de uma análise de Howard Silverblatt, mostrava ainda antes de junho acabar as três empresas que foram responsáveis por mais de metade dos ganhos acumulados no índice S&P 500 desde o início do ano (14,8%) e em que medida.

Segundo estes dados, as empresas de tecnologias da informação e serviços de comunicações foram responsáveis por 90% da valorização do S&P500, com um espectro muito mais alargado que o do Nasdaq Composite. Apple, Microsoft e Nvidia foram responsáveis por mais de metade dos ganhos. Alphabet, Amazon, Meta e Tesla contribuíram com mais 34%. Tudo somado, estas sete empresas asseguraram 84% da valorização do índice este ano.