Em 2020 a indústria de videojogos na Europa registou receitas na ordem dos 23,3 mil milhões de euros. No que toca aos cinco mercados principais, onde se incluem a França, Alemanha, Itália, Espanha e Reino Unido, as receitas totalizam 17,6 mil milhões de euros.

Os dados fazem parte de um novo relatório elaborado pela Interactive Software Federation of Europe (ISFE) e a European Games Developer Federation (EGDF) em preparação para a Gamescom, que começa hoje e se prolonga até ao dia 28 de agosto, decorrendo em formato digital pelo segundo ano consecutivo devido à pandemia de COVID-19.

Além de novos dados sobre a indústria, o mais recente relatório dá a conhecer mais detalhes sobre o panorama de gamers nos cinco mercados principais. Mais de 50% dos europeus com idades entre os seis e os 64 anos jogam videojogos. Embora a idade média dos gamers seja de 31 anos, a faixa etária que apresenta um maior crescimento é a dos 45 aos 63 anos.

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As mulheres perfazem 47% do total de jogadores, representando também 53% de todos os jogadores de jogos mobile. Os dados revelam que, de modo geral, as raparigas que jogam têm uma probabilidade três vezes maior de seguir carreiras na área das STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática).

No que toca a plataformas, 60% dos gamers jogam no seu smartphone ou tablet, com a idade média dos jogadores a rondar os 25 anos. Já 54%, com uma idade média aproximada de 32 anos, são fãs de consolas e 49% dos jogadores, com uma idade média a rondar os 29 anos, jogam no PC.

O número de horas semanais passadas a jogar, que em 2020 atingiu as 9,5 horas, aumentou durante os períodos de confinamento da pandemia de COVID-19, revertendo a níveis pré-pandémicos quando as restrições de movimento terminaram.

A vasta maioria dos jogadores (76%) dedica pelo menos uma hora por semana aos jogos. Por outro lado, 15% joga pelo menos durante uma hora por mês e apenas 8% afirma que se dedica aos jogos uma vez por ano.

Os dados revelam que 21% dos pais de gamers mais novos recorrem a ferramentas de controlo parental. 97% dos pais afirmam que monitorizam os gastos dos seus filhos em jogos. Dois terços dos pais indicam que não permitem que os seus filhos gastem mais do que uma determinada quantia de dinheiro e oito em cada 10 pais têm algum tipo de acordo com os seus filhos em matéria de gastos.

A indústria europeia de vídeojogos em 2020

Em comparação com 2019, as receitas amealhadas pela indústria europeia de videojogos nos cinco mercados principais em 2020 registaram um crescimento de 22%. Olhando para este panorama, as consolas perfazem 44% do total de receitas, seguindo-se smartphones e tablets (40%), PCs (14%) e plataformas de videojogos on-demand/streaming (menos de 2%).

Em 2019, a indústria europeia de videojogos empregava 86.953 pessoas. No ano anterior, o número de pessoas a trabalhar nesta indústria situava-se 77.916. Estima-se que 20,38% de todos os trabalhadores sejam mulheres.

As receitas com o digital continuam a crescer e, nos cinco mercados principais, representam 80% do total, com os restantes 20% a serem representados por cópias físicas de videojogos. Por comparação, em 2019, as receitas com o digital nestes mercados representavam 76% do total. Entre os títulos que mais cópias venderam destacam-se FIFA 21, Grand Theft Auto V e FIFA 20.

Videojogos mais vendidos na Europa em 2020
créditos: ISFE | EGDF

As receitas totais do mercado de eSports registaram uma contração em 2020, passando dos 958 milhões de dólares em 2019 para 947 milhões. Porém, espera-se que voltem a crescer em 2021, alcançando a marca de mil milhões de dólares. Apesar da diminuição das receitas, o número de espetadores globais cresceu 9,82% durante a pandemia de COVID-19, sendo que na Europa, o total de espetadores, sejam estes ocasionais ou entusiastas, ascende aos 92 milhões.