As sanções impostas pelo ex-presidente Donald Trump às empresas chinesas, que as impendem de aceder a tecnologia americana por questões de segurança continuam em vigor. E quando a mudança de executivo poderia abrandar a decisão, Joe Biden acabou por manter e recentemente reforçou a proibição de uso de tecnologia chinesa para as redes de telecomunicações nos Estados Unidos, sendo a Huawei e a ZTE as empresas mais lesadas com a decisão.
A Huawei pode estar a planear uma nova estratégia que visa contornar as sanções impostas pelos Estados Unidos. A ideia é licenciar os seus designs de equipamentos a empresas independentes, que tenham acesso a componentes críticos, segundo pessoas ligadas ao assunto referiram à Bloomberg. É referido que a Huawei está a considerar licenciar os seus designs a uma unidade da China Postal and Telecommunications Appliances CO., empresa detida pelo estado, que depois vai tentar comprar os componentes necessários que estão barrados.
Esta unidade, conhecida como Xnova, já está a vender smartphones Nova da Huawei no seu website. Esta parceria vai permitir à Xnova vender smartphones da sua própria marca, mas baseados nos designs da Huawei. Mas esta não será a única empresa a “herdar” os designs da fabricante chinesa. A TD Tech Ltd. também terá equipamentos da sua própria marca baseados na arquitetura da Huawei, se as negociações forem concluídas com sucesso.
Veja imagens do mais recente smartphone da Huawei, o Nova 9
Desde que entrou para a “lista negra” dos Estados Unidos, a unidade de consumo da Huawei registou quedas sucessivas em pelo menos quatro trimestres consecutivos, referem os analistas. A empresa foi obrigada a vender a sua subsidiária Honor, não só para receber um encaixe financeiro, como libertar a segunda empresa das sanções americanas. O facto de a Honor ter seguido o seu caminho e registar sucesso, com o lançamento recente do seu primeiro smartphone Honor 50 no ocidente após a separação, inspirou a nova estratégia da Huawei, em colocar os designs nas mãos de terceiros, de forma a revitalizar o seu negócio de consumo.
Os engenheiros da Huawei já estarão mesmo a redesenhar os circuitos de alguns equipamentos alimentados pelo seu processador, de forma a serem adaptados a chips da Qualcomm e MediaTek. A testemunha referiu ainda à Bloomberg que com esta estratégia a Huawei pode encaixar o equivalente a 30 milhões de unidades no próximo ano.
As sanções aplicadas pelos Estados Unidos são para continuar, mesmo num período em que Joe Biden e o seu homólogo chinês reataram as negociações de reaproximação.
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