A Huawei continua a declarar-se inocente das acusações dos Estados Unidos sobre os perigos relacionados com a cibersegurança e as alegadas ligações ao Estado chinês. Ainda na semana passada, a administração norte-americana enviou uma comitiva a Lisboa, para “alertar” o Governo português sobre os riscos de segurança que podem representar as parcerias com a Huawei no desenvolvimento do 5G. A fabricante reagiu, garantindo total segurança, mantendo firme as suas convicções sobre o desenvolvimento da tecnologia de quinta geração em Portugal.

A fabricante chinesa dá agora mais um passo para provar as suas intenções complacentes com as diretivas da União Europeia e abre um Centro de Transparência e Cibersegurança em Bruxelas. A Huawei chama a atenção da indústria e os governos para estabelecer objetivos unificados relacionados com a cibersegurança.

Ken Hu, líder da Huawei, durante a inauguração do Centro de Transparência e Cibersegurança em Bruxelas.
Ken Hu, líder da Huawei, durante a inauguração do Centro de Transparência e Cibersegurança em Bruxelas. Ken Hu, líder da Huawei, durante a inauguração do Centro de Transparência e Cibersegurança em Bruxelas.

Em comunicado, a tecnológica anunciou a abertura do seu novo centro de transparência, tendo convidado cerca de 200 pessoas, entre os quais representantes dos reguladores, fornecedores de telecomunicações, empresas e imprensa. Estavam também presentes membros da União Europeia, a GSMA e do Fórum Económico Mundial na cerimónia de inauguração.

Ken Hu, o líder da fabricante, apela à colaboração de todos para enfrentar os novos desafios relacionados com a cibersegurança, com o desenvolvimento da nova tecnologia baseada em cloud, inteligência, alimentados por software que elevam os perigos de segurança. Ken Hu salienta a necessidade de consenso sobre a cibersegurança, os standards técnicos, sistemas de verificação e suporte legislativo que fala frente a estes desafios.

Nesse sentido, a Huawei apresenta o seu contributo com o novo Centro de Transparência e Cibersegurança em Bruxelas “para oferecer uma plataforma às partes envolvidas, onde será possível comunicar e colaborar na segurança e desenvolvimento nesta era digital”, como é referido no comunicado, explicando as suas três principais funções: em primeiro lugar demonstrar as práticas de segurança da Huawei, desde a estratégia e distribuição, à investigação e desenvolvimento dos seus produtos e soluções, incluindo as áreas ligadas ao 5G, IoT e cloud.

O segundo objetivo é facilitar a comunicação entre a fabricante e todos os envolvidos nas estratégias de cibersegurança. A fabricante está empenhada em ajudar a desenvolver e promover os novos standards e mecanismos de verificação de segurança na indústria. Por fim, o Centro oferece plataformas de testes e verificações de segurança dos produtos da marca aos seus clientes.

Em reação, o comissário europeu para o Mercado Único Digital respondeu à fabricante que a União Europeia é um mercado aberto, mas com normas e medidas para proteger os seus interesses, avança a Lusa, citada pelo Jornal de Negócios. “Todos os que cumpram as normas podem aceder a ele. Aplicamos regras comunitárias de licitação pública e temos propostas de revisão de investimentos para proteger os interesses europeus”, destaca o porta-voz Margaritis Schinas.